Os Oceanos, essa imensa toalha de águas que cobrem 70% da superfície da terra, motivam a ONU a promover, em Lisboa, uma Conferência, de 27 próximo a 1 de Julho. Portugal e o Quénia patrocinam o evento.
Os Oceanos são a chamada Economia Azul. Eles exortam – líderes mundiais, outros decisores e cidadãos comuns – a estarem mais atentos a cuidar da saúde aos Oceanos.
Pequenos-grandes gestos, ao nosso alcance, podem ser o trunfo para contermos a morte dessa massa gigantesca de água, a que dá vida à nossa Casa Global e aos seres vivos, onde nos incluímos.
É consensual que temos de pegar em tecnologias verdes e sacudir a inovação como forma de melhor aproveitarmos os recursos marinhos. É preciso renovar programas para os ecossistemas; redefinir a legislação de preservação e defesa desses espaços de águas salgadas; e reconfigurar as políticas que possam contribuir para uma maior e mais eficaz gestão da sustentabilidade dos Oceanos.
Uma coisa que não passa despercebida: temos convertido os Oceanos em caixotes de lixo, em leitos de poluição e, ainda, num passadiço de pesca ilegal com matança desenfreada da biodiversidade marinha.
Os Oceanos são fontes de vida, quais regatos de oxigénio e de alimentos. São pedra de toque de controle do clima. São, também, base de sustento para milhares dos que se dedicam à pesca. São, e ainda, a vereda dos encantos do nosso lazer e recreio.
O nosso País é ribeirinho. É de gentes dos mares. Cheira a maresia. Tem as mãos impregnadas por salgas. Não foi por acaso que Fernando Pessoa, em Poemas de Mensagem, em “Mar Português”, redigiu: “Ó mar salgado quanto do teu sal são lágrimas de Portugal?”. E o escritor Raúl Brandão, no seu livro “Os Pescadores”, escreveu: ”Que estranho País é este, onde os bois vão lavrar o próprio Oceano?”. Não podemos, como portugueses, virar as costas ao Oceano, ao nosso, o Atlântico. Dele, chegam-nos apelos para o estimarmos. Saibamos ser capazes de o preservarmos para retirarmos partido da vida que nele navega, respeitando-o. Vamos a isso q se faz tarde.
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