Foram descobertos desenhos inéditos que oferecem um novo olhar sobre a construção do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, revelou essa Instituição de Ensino Superior.
No ano em que se celebram os 250 anos da reforma pombalina dessa Universidade, o Departamento de Ciências da Vida (DCV), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC/FCTUC, dá a conhecer uma coleção de 40 desenhos do Jardim Botânico dessa Escola, 35 dos quais inéditos, abrangendo um arco temporal de 200 anos.
Ana Margarida Dias da Silva, responsável pelo arquivo do DCV, conta que “vários rolos mal-acondicionados e com muito pó, dispostos em prateleiras no extremo do depósito da biblioteca de botânica (no sótão do edifício de S. Bento), chamaram a nossa atenção”. E acrescenta: “Desenrolados com todo o cuidado, foram revelando, um após outro e perante a nossa surpresa e alegria, desenhos para nós desconhecidos e de notória antiguidade”.
E, ainda a propósito, revela: “após uma limpeza superficial dos achados e sob um olhar mais atento descobrem-se plantas/desenhos do Jardim Botânico, bem como plantas e alçados de muros, escadarias, gradeamentos e estufas”.
A mesma técnica refere: ”intuímos do seu interesse, mas era urgente investigar datas, autorias, descobrir como tinham ido ali parar e, acima de tudo, se eram, realmente, inéditos“.
Foram então consultadas as obras de referência sobre o Jardim Botânico e sobre a reforma pombalina da UC e verificou-se que, “para além dos cinco desenhos do Jardim Botânico pertencentes ao DCV e já conhecidos, não existia nenhuma referência aos desenhos descobertos“. Ana Margarida Dias da Silva nota, também, que a coleção agora tornada pública, e que conta com nomes como Macomboa, José do Couto, Neves e Mello e Cottinelli Telmo, fornece “um novo olhar sobre o processo de construção do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, assim como revela as soluções arquitetónicas projetadas e as realizadas, no diálogo entre as componentes artística e científica“. Segundo aquela espera-se que “contribua para o melhor conhecimento e novas leituras sobre o que foi idealizado e/ou projetado, o que foi aprovado e o que foi, efetivamente, construído, moldando o Jardim Botânico que hoje conhecemos, simultaneamente espaço de ciência, coleção biológica e um espaço emblemático da Universidade e da Cidade de Coimbra“.
O diretor do Departamento de Ciências da Vida, Miguel Pardal, afirma que, «ciente do valor e importância da coleção, o DCV assumiu, desde o primeiro momento, o financiamento do restauro e da digitalização dos desenhos, de forma a garantir a sua preservação e disponibilização para estudos futuros».
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