Até 24 de fevereiro de 2021, está patente, na Casa das Artes, a exposição “Jorge Pinheiro – da coleção de Serralves em Famalicão”
A inauguração ocorreu ontem, dia 04 de novembro, com a presença do vereador da Cultura da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Leonel Rocha, do diretor da Casa das Artes, Álvaro Santos, da presidente do conselho de administração da Fundação de Serralves, Ana Pinho, de Manuel Sobrinho Simões, também membro da administração de Serralves, do curador francês Philippe Vergne, da curadora desta exposição, Joana Valsassina, e de técnicos da Fundação de Serralves e da Casa das Artes.
Trata-se da segunda exposição que a Fundação de Serralves traz à Casa das Artes em menos de um ano e que pode ser visitada, com entrada livre, durante o horário de funcionamento do teatro municipal. O acesso à Casa das Artes, dada a pandemia Covid-19, está condicionado ao cumprimento da lei e das regras impostas pelas autoridades de saúde.
Jorge Pinheiro é reconhecido como um dos nomes mais influentes do contexto artístico português da segunda metade do século XX, é o sobrevivente do célebre Grupo dos Quatro Vintes, formado com Ângelo de Sousa, Armando Alves e José Rodrigues, já falecidos.
Ao longo de uma carreira de mais de 50 anos, Jorge Pinheiro tem vindo a desenvolver uma obra de uma profunda coerência teórica e intelectual traduzida num corpo de trabalho visualmente diverso, no qual coexistem a pintura figurativa e a abstração concreta e conceptual.
A sua obra baseia-se em princípios de matemática e semiótica, sendo particularmente inspirada na célebre sequência de Fibonacci, matemático italiano do século XII, segundo a qual cada número sucessivo resulta da soma dos dois números anteriores. À presença de modulações geométricas e padrões de alto contraste cromático junta-se uma muito aturada exploração das noções de ritmo e de serialidade, cuja formalização evidencia o interesse do artista pela área da música.
Sob a curadoria de Joana Valsassina, a exposição presente na Casa das Artes centra-se na obra Babel, a maior peça tridimensional do artista, produzida propositadamente para a exposição monográfica Jorge Pinheiro: D’après Fibonacci e as coisas lá fora, desenvolvida em diálogo com o artista Pedro Cabrita Reis e realizada no Museu de Serralves em 2017.
Mantendo uma ligação à referida sequência numérica, a escultura configura-se em quatro módulos que se desenvolvem em torno de um eixo, no seio do qual dois espelhos cruzados multiplicam o espaço e absorvem perceptualmente a estrutura de ferro que os sustenta. Para além desta obra escultórica de grandes dimensões, a exposição inclui um conjunto de obras sobre tela e sobre papel que evidenciam as investigações do artista em torno de arranjos musicais, combinações cromáticas e formulações geométricas.
Durante este período e até 24 de fevereiro próximo, a obra de Jorge Pinheiro compartilha o espaço com a permanente obra do seu colega Ângelo de Sousa que cobre as paredes da Casa das Artes de Famalicão.
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