A Associação Desportiva e Cultural de Arnoso Santa Eulália (ADC) retomou o seu tradicional desfile de Carnaval, que saiu à rua durante a tarde deste domingo, dia 27.
Depois de um ano de interregno devido à pandemia de Covid-19, a folia regressou e a comunidade aderiu ao divertimento em grande número.
Este é um desfile espontâneo e organizado pelas pessoas de cada lugar da freguesia. Os carros alegóricos e mais de duas centenas de foliões saíram à rua, com roupas e máscaras improvisadas para os mais variados temas.
O desfile foi liderado pelo grupo de Bombos dos Escuteiros de Lousado, seguindo-se a Tuna de Tresarnoso, Anjos e Diabos, Os Dançarinos Malucos, os futebolistas “mancos”, o camião do Domingão e a Loucura dos Velhos. Com muita música e coreografias, a alegria esteve presente ao longo de todo o itinerário percorrido, com várias personagens animadas e prontas para as brincadeiras.
A comunidade juntou-se ao longo do percurso para ver passar os foliões e também para aproveitar a tarde solarenga deste domingo.
Passando por várias ruas da freguesia, o percurso terminou no recinto da ADC, onde foi distribuído um lanche aos participantes. Aconteceu ainda um momento inesperado, com um pedido de casamento em plena folia de Carnaval.
Foi um dia de festejos que voltou a unir a comunidade.
“Foram dois anos parados. O povo de Arnoso Santa Eulália é bairrista, no bom sentido da palavra, é festivo e o Carnaval já tem aqui muita tradição com muitas décadas”, salientou o pároco daquela comunidade.
Com a pandemia a dar tréguas, Vítor Sá frisou, também, que pela atitude e envolvimento das pessoas se notou que este era um momento desejado: “Vivemos afastados durante algum tempo, mas finalmente voltamos a ser uma comunidade unida e que se envolve por uma causa”.
“O saldo é positivo. Estamos no bom caminho, foi um primeiro passo muito bem dado, com o pé direito. Será o princípio de muitas outras atividades congregadoras”, completou.
Em números redondos foram cerca de 250 os figurantes que constituíram o cortejo. Para o presidente da União de Freguesias de Arnoso (Santa Maria e Santa Eulália) e Sezures, Jorge Amaral, e restante executivo, o balanço só podia ser positivo.
“Ver as pessoas que estavam na rua a ver passar o cortejo é extremamente gratificante para quem organiza. Agradeço à Associação Desportiva e Cultural de Arnoso Santa Eulália pela colaboração e organização deste desfile”, congratulou, acrescentando que “foi um dia cheio de alegria”.
O autarca mostrou ainda gratidão a todas as pessoas de Arnoso Santa Eulália, e também a quem veio para as ruas festejar, permitindo assim que esta tradição se mantivesse viva. “Uma das nossas promessas era manter todas as tradições. A Junta de Freguesia não está aqui para tirar tradições, mas sim para que elas se mantenham e porventura para que outras possam aparecer”, realçou o autarca local.
Com a comunidade a reconhecer o trabalho realizado pela Junta de Freguesia para que a identidade de cada localidade se mantivesse, Jorge Amaral revelou estar satisfeito pelo facto que das pessoas notarem “que com a União de freguesias não há qualquer distinção entre Arnoso Santa Maria, Santa Eulália e Sezures”.
“Santa Eulália é uma comunidade aberta, que acolhe, que sabe estar em todas as frentes. É uma freguesia em que todos estão presentes nas atividades culturais e alegóricas. É uma freguesia que não perdeu a identidade”, frisou.
Neste que foi um dia de festejos não se esqueceu o clima de conflito internacional que atravessamos atualmente. Sobre este enquadramento, Jorge Amaral mostrou-se solidário com o povo ucraniano e condenou a ação ofensiva da Rússia face a um país soberano. “Deixo ao povo ucraniano que está a sofrer, uma palavra de desagrado pelas decisões políticas. Hoje em dia é triste ver os políticos usarem a força como usam para tirarem esta alegria às pessoas. A Ucrânia era um país livre e não se entende uma invasão destas. Hoje estamos a festejar, mas com o coração dorido pelo que se passa na Ucrânia”, sublinhou.
O vereador da Cultura, Pedro Oliveira, que também acompanhou esta iniciativa, viu na alegria e na festa da comunidade uma vontade de “manifestar tudo aquilo que durante estes dois anos não foi possível fazer”.
“É uma iniciativa que queremos que perdure aqui neste território, porque de facto é num ambiente, também, familiar que se criam dinâmicas interessantes para o nosso território. Então, neste contexto que atravessamos durante estes dois anos muito condicionados por aquilo que foi o combate à Covid-19, podermos aos poucos ir regressando a alguma normalidade é ótimo, e aqui foi dado um primeiro passo para fazermos essa retoma”, explicou o vereador.
Não só a vontade de celebrar o Carnaval e de sair à rua fez desta iniciativa um sucesso, como afirmou: “As pessoas vêm assistir a este desfile, e este ano em particular porque estamos há muito tempo sem fazer nada, mas também, e em abono da verdade temos que dizer, porque este já é um acontecimento e um desfile com muita tradição. Portanto, aqui as freguesias vizinhas acabam também por neste dia darem o seu contributo à atividade e vêm assistir”.
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