Solos contaminados podem atrasar a construção da infraestrutura, o terminal rodo-ferroviário de Lousado, em Famalicão. Os mesmos solos podem, também, fazer disparar o valor do investimento.
O problema nas terras, segundo já foi divulgado, são as concentrações de arsénio com – revelam estudos – elevadíssimo (o termo é de especialistas) teor desse produto, em certas áreas do terreno, para esse fim.
A APA – Agência Portuguesa do Ambiente – aprovou, como é consabido, o projecto, em termos gerais, já faz algum tempo. Mas essa Entidade do estado quer ter “a certeza de que essas concentrações de arsénio são de origem natural e não de origem humana”.
A esse propósito, foi esclarecido pela Medway, a transportadora ferroviária de cargas, que pretende avançar com esse terminal que “se forem de origem natural, nós podemos utilizá-las”. E sobre isso, esclarece que essas podem ter “um tratamento diferente” e, eventualmente, poderão servir para o próprio terreno, porque – é sublinhado – “há aterros que temos de fazer”.
Deve recordar-se que o maior terminal rodo-ferroviário da Península Ibérica, como é considerado o de Lousado, foi lançado em 2018, em projecto.
Caso a contaminação dos terrenos seja de origem humana os custos para a construção dessa infraestrutura situar-se-ão acima do previsto, o que poderá inviabilizar o projecto.
O Famalicão canal, já contactou o Município local e a Junta de Freguesia de Lousado, aguardando a marcação de entrevistas com os respectivos responsáveis para se esclarecer o tema e dar oportunidade de esses autarcas de expressarem as suas opiniões.
Arsénio, um veveno perigoso
É considerado um dos cinco elementos químicos mais letais do mundo, ao lado do chumbo, do tálio, do antimônio e do mercúrio.
Conservante de couro e madeira (arseniato de cobre e crômio), o seu uso representa, segundo algumas estimativas, cerca de 70% do seu consumo mundial. É usado como aditivo em ligas metálicas de chumbo e de latão. Tem uso tradicional em insecticidas, e venenos. O dissulfeto de arsênio é usado como pigmento e em pirotécnica. É usado, também, como descolorante na fabricação do vidro.
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