Travar o processo de desconfinamento em todo o território nacional, anunciou hoje o Governo Português em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros desta quinta-feira.
O conselho de ministros aprovou a prorrogação a Situação de Calamidade em todo o território nacional até às 23.29h do próximo dia 11 de julho, anunciou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Esta resolução altera as medidas aplicáveis a determinados concelhos, no âmbito da Situação de Calamidade, acrescentou a ministra.
De acordo com o balanço feito semanalmente pelo Governo, explicou Mariana Vieira da Silva, “Portugal encontra-se claramente na zona vermelha da nossa matriz, pelo que não existem condições para prosseguir com o plano de desconfinamento que estava previsto”.
“A incidência é neste momento de 129,6%” no território continental, e o índice de transmissibilidade (Rt) “é de 1,18 no continente”, explicou.
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“Isto significa que, se ao longo de todo o processo de desconfinamento, nos meses de abril e maio e parte de junho, foi sempre possível permanecer na zona verde ou na zonapelo que não temos condições de avançar“, lamentou Mariana Vieira da Silva.
“É evidente que do ponto de vista da utilização do Serviço Nacional de Saúde ainda estamos longe das linhas vermelhas que tinham sido traçadas”, salientou a porta-voz do Governo, “mas temos neste momento um registo de crescimento dos internamentos”.
No entanto, acrescentou a ministra, “considerando os indicadores que o Governo incluiu na definição das linhas vermelhas, temos uma situação que é complexa e que exige a atenção de todos”.
A ministra da presidência chamou a atenção para o facto de ao longo da última semana ter havido um crescimento do número de casos de 34%, um crescimento de 30% dos internamentos e de cerca de 26% nos internados em Unidades de Cuidados Intensivos.
“Quando olhamos para a dispersão da pandemia no nosso território, é verdade que boa parte do país está abaixo das linhas vermelhas, mas na área metropolitana de Lisboa, no Alentejo e no Algarve os níveis de risco são mais graves”.
“Temos muitos concelhos já em situação de alerta neste momento, cerca de 19, essencialmente na periferia da zona de Lisboa e Vale do Tejo, um pouco já na zona Centro e no Algarve”, explicitou.
Os concelhos que se encontrarem em níveis de risco elevado ou muito elevado “terão já durante a próxima semana regras distintas“, anunciou Mariana Vieira da Silva.
Num conjunto de 25 concelhos que, por terem tido mais de 120 casos por 100 mil habitantes durante duas semanas consecutivas, ou 240 se forem de baixa densidade populacional, “vão voltar a ter o conjunto de regras que se aplicava até agora a poucos concelhos como era o caso de Lisboa”, anunciou a governante.
“Este é um recuo significativo, que decorre da aplicação da matriz”, admitiu a ministra.
Entre estes concelhos incluem-se Alcochete, Almada, Amadora, Arruda dos Vinhos, Barreiro, Braga, Cascais, Grândola, Lagos, Loulé, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odemira, Odivelas, Oeiras, Palmela, Sardoal, Seixal, Setúbal, Sines, Sintra, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira.
Portugal registou nas últimas 24 horas 1.556 novos casos de infeções confirmadas e mais duas mortes associadas à covid-19, a maior parte das quais em Lisboa e Vale do Tejo. O número total de casos de hoje é o mais elevado desde 20 de fevereiro, data em que Portugal registou 1.570 casos.
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