O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão reuniu, esta quinta-feira, 24 de fevereiro, com responsáveis da PSP e do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), para em conjunto analisar a situação de violência vivida no Serviço de Urgências do hospital de Famalicão, na madrugada da passada terça-feira.
O objetivo foi analisar o que não correu bem na resposta ao ataque perpetrado aos profissionais de saúde, mas também o que se pode extrair para no futuro evoluir no que diz respeito à segurança da comunidade.
“Repudiamos por completo este ato bárbaro que aconteceu no hospital de Famalicão”, começou por salientar Mário Passos, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, acrescentando que este se tratou de um ato isolado.
Nesta reunião, foram evidenciados défices, como por exemplo, a escassez de meios da PSP, mas também “a falta de interação” entre forças de segurança, nomeadamente com a G.N.R.
“Fica aqui o repto, a nível nacional, porventura para o Ministério da Administração Interna, por forma a que haja no terreno, em cada território, protocolos de atuação para casos extraordinários como este”, propôs o presidente famalicense, analisando que “se existissem protocolos de atuação entre a PSP, a GNR e porventura a Polícia Municipal, estou certo que este caso não teria sucedido, pelo menos da forma como sucedeu”.
Mário Passos lançou um segundo repto ao nível local: “Que no próximo conselho Municipal de Segurança restrito, se possam desenvolver (protocolos), quiçá até num âmbito de um projeto piloto aqui em Vila Nova de Famalicão, mas que queremos que existam em todos os territórios, e coordenados pelas direções nacionais de cada uma destas forças de segurança”, explicou.
Partilhou já ter falado com o hospital esta quarta-feira, disponibilizando os meios que forem necessários, desde logo o sistema de vídeo vigilância que “está a ser remodelado e reabilitado para um melhor”, tendo o episódio ocorrido nesta fase de transição. Revelou ainda que as vítimas estão a recuperar bem após as agressões sofridas na madrugada desta terça-feira.
A PSP reforçou também a sua equipa de Investigação Criminal, “para que os prevaricadores sejam punidos convenientemente de forma célere, para que seja uma atitude exemplar e para que não sucedam mais casos como este”, reforçou Mário Passos.
Questionado sobre o sentimento de impunidade que pode perpetuar este tipo de casos de violência, Mário Passos garante que o reforço da referida equipa de Investigação criminal pretende precisamente mitigar esta tendência: “Obviamente que em Portugal não podemos deixar de punir os prevaricadores. Ainda por cima em situações como esta. Tem que ser exemplar, quer as autoridades, quer o sistema de justiça. Tem que ter uma preocupação acrescida para com estes casos. Porque se forem exemplares estou certo que irá dissuadir em muito outros prevaricadores que porventura pensem que a impunidade é uma constante. Não é e não pode ser”, evidenciou.
O Conselho Municipal de Segurança, de forma mais alargado, deverá acontecer dentro de 10 a 15 dias. Estarão presentes todas as forças de segurança, para em conjunto “delinear planos de ação e para que haja articulação efetiva entre todos para acudir estas situações de exceção”.
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