No final de 2021, mais de 1,1 milhões de utentes não tinham médico de família atribuído. De acordo com os dados do Bilhete de Identidade dos Cuidados de Saúde Primários e do Portal do SNS, no fim de dezembro, 10,8% das 10,4 milhões pessoas inscritas nos centros de saúde não tinham um médico de família atribuído.
A informação é divulgada pelo Público, que avança ainda que mais de dois terços do total de pessoas sem médico (69%) estão na região de Lisboa e Vale do Tejo, sendo esta a região mais afetada.
Assim, em Lisboa e Vale do Tejo, 20,3% dos habitantes não tem médico de família, enquanto na região Norte essa percentagem é de 2,7%. Depois de Lisboa, a região mais afetada é o Algarve, onde o número de pessoas sem médico atribuído representa 16% do total de inscritos. No Alentejo esse peso é de 9,5% e no Centro de 6,5%.
A falta de médico de família é um problema antigo, mas que não tem sido de fácil resolução. António Costa admitiu no passado domingo, no debate com o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, que o Governo não conseguiu cumprir a meta de dar um médico de família a todos os portugueses. Esta meta, assumida ainda na anterior legislatura, não foi alcançada: por um lado, devido ao aumento significativo do número de utentes, e, por outro, porque a carreira de medicina geral e familiar perdeu atratividade.
No entanto, o secretário-geral do Partido Socialista garantiu que, se for reeleito primeiro-ministro haverá incentivos para tornar essa carreira mais atrativa, de forma a que todos os portugueses tenham médico de família.
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