Passados os momentos de frenesim, de alegria e de aplauso pela eleição, ontem, do novo Papa, Leão XIV, debruço-me sobre a figura deste novo Papa, para tentar deixar-vos um traço da sua personalidade e do que já anunciou.
Da varanda da Praça de S. Pedro, após ter sido eleito, no seu discurso primeiro, perante cerca de 100 mil fiéis, Leão XIV, deixou as suas principais linhas de acção.
O novo sucessor de Pedro deixou claro que vai privilegiar a ponte para os diálogos, projectar e ser feitor de caminhos para a Paz e convoca-nos, a sem medo (o que tolhe muitos de nós no nosso dia-a-dia de cristãos e de cidadãos) a proclamarmos o Evangelho no sentido missionário.
A expressão que usou para deixar o seu sublinhado para a dinâmica da Paz está contida nesta sua palavra motivadora e esclarecedora: “Esta é a paz de Cristo Ressuscitado, uma paz desarmada e uma paz desarmante, humilde e perseverante. Ela vem de Deus, Deus que nos ama a todos incondicionalmente”.
Pelo exposto posso perceber que a acção deste Sumo Pontífice não sairá muito da linha que o anterior, Francisco, traçou para o seu consulado Papal. Será evidente que não copiará o Pontificado do argentino Bergoglio, até porque Robert Prevost tem a sua própria personalidade, foi educado nos Estados Unidos da América, portanto, numa outra plataforma social, económica e de mosaico humano que não o é a Argentina. Prevost não é franciscano, mas o facto de ser agostiniano convoca-o a olhar para o mesmo sentido, ou seja, para a pobreza, para os deserdados e para a promoção dos que sofrem.
O novo Papa pertence à ordem de Santo Agostinho que é composta por frades medicantes que seguem a linha do seu fundador, sendo denominados agostinianos ou agostinhos. A sua máxima de serviço e de missão: dedicam-se à evangelização, à promoção humana, à educação e ao trabalho com os pobres e marginalizados.
De assinalar, para vos situar, que Aurélio Agostinho de Hipona, conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental.
Leão XIII, Gioacchino Pecci-Puoperi-Buizzi, quero recordá-lo, foi um Papa “caridoso” porque se moveu pelo bem e por fundar Obras de solidariedade social de forte expressão. Organizou o Concílio Vaticano I, o que marcou a Vida da Igreja.
Leão XIV vai na sua linha. O facto de ter assumido e escolhido esse nome para ser o sucessor de Pedro arremata-lhe o seguimento do caminho traçado por Pecci.
A Igreja pode rejubilar com esta nomeação, saída do Conclave, assim como pode ter Esperança de que Leão XIV não deixará de continuar, com humildade e perseverança, a vontade de missionar no esteio de Santo Agostinho, sabendo promover – repito – os diálogos; a proclamação do Evangelho, em que o Amor é a palavra de ordem; e a Paz, num Mundo em convulsões e perturbações.
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