A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista e o Sindicato dos Jornalistas alertam para a proliferação de meios e formas de comunicação no meio digital que transmitem informação não verificada.
Num comunicado intitulado “Os Jornalistas e a Verdade”, a Comissão de Carteira Profissional do Jornalista e o Sindicato dos Jornalistas (SJ) apelam à Procuradoria-Geral da República e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social que investiguem e fiscalizem as condutas e os grupos que promovam a desinformação.
“O jornalismo é a marca de água que distingue informação de desinformação”, pode ler-se no comunicado.
A comissão e o SJ alertam para outra pandemia – a da desinformação -, defendendo que “meios e formas de comunicação no meio digital que se apresentam como sendo órgãos jornalísticos não o sendo e que transmitem informação não verificada, sem fundamento científico e/ou sem qualquer independência face a interesses nunca revelados” se estão a proliferar.
Quanto maior for o nível de literacia mediática, maior vai ser a probabilidade de o cidadão conseguir distinguir o tipo de informação que consome. “A liberdade de expressão exige um nível de responsabilidade acrescido. Produzir informação não é fazer jornalismo e, por si só, não faz do produtor de informação um jornalista”.
A nota refere ainda que “O jornalismo é uma atividade sujeita a escrutínio público e legal, que começa na formação do profissional e se desenvolve, na tarimba, diariamente, com alto grau de exigência técnica e ética, devendo o jornalista profissional cumprir o Código Deontológico dos Jornalistas e agir dentro do quadro ético-legal previsto no Estatuto do Jornalista, consolidado na Lei 1/99, de 13 de janeiro”. O desrespeito pelas normas que regem a atividade está sujeito a um quadro sancionatório regulado na lei, além da responsabilização ética, hierárquica e até judicial (em alguns casos).
Tendo um papel fulcral no Estado de Direito, o jornalismo é o compromisso com a busca da verdade. “Por isso a Constituição assegura o direito dos jornalistas às fontes de informação e à proteção da sua independência. A independência é um valor fundamental do jornalista e primeiro garante da veracidade da informação que produz”.
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