As cerimónias de comemoração do Dia do Combatente e do 104º aniversário da Batalha de La Lys decorreram este sábado, dia 9, no Mosteiro da Batalha. Iniciaram às 10h30, com a celebração eucarística pelos combatentes falecidos, na Igreja do Mosteiro, seguindo-se a cerimónia militar no exterior. Terminou com a homenagem ao Soldado Desconhecido, na Sala do Capítulo, no interior do Mosteiro da Batalha.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, presidiu a celebração, que contou também com a presença da Ministra da Defesa Nacional, Maria Helena Carreiras, o Presidente da Liga dos Combatentes de Portugal, Tenente-General Chito Rodrigues, entre outras individualidades.
No âmbito das cerimónias que prestaram homenagem aos antigos combatentes, que decorreram ao longo da manhã, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que devem ser criadas melhores condições para os combatentes de hoje: “Se queremos ter combatentes pela paz hoje, então criamos condições para eles. Essa é uma escolha do país, não é a escolha de um governante”. É também o momento de “agradecer aos combatentes das Forças Nacionais destacadas”.
Sublinhou a necessidade de “dar ainda mais força às nossas Forças Armadas”, e falou em “novas fronteiras” de Portugal, que necessitam de prevenção e de construção de paz.
“As nossas fronteiras já não são o que eram e hoje passam por África, pelo Golfo da Guiné, pelo Atlântico, pela fronteira de vários países da União Europeia, da NATO com a Ucrânia, passam pela solidariedade para com o povo martirizado ucraniano: estas são as novas fronteiras de Portugal”, explicou.
O chefe de Estado sustentou ainda que “ninguém está longe da guerra”, e, por isso, “todos devem trabalhar pela paz”. Isto significa “criar mais justiça, mais crescimento económico, menos pobreza e menos desigualdades, mas é também prevenir a paz fortalecendo e prestigiando as Forças Armadas”.
“Na Bósnia, no Kosovo, no Afeganistão, na Somália, no Golfo da Guiné, no Mali e na República Centro-Africana. Nós continuamos a ter combatentes e, às vezes, nós como pátria esquecemo-nos deles”, referiu.
A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, afirmou que o atual Governo vai continuar a trabalhar para melhorar as condições de vida dos antigos combatentes. Nomeadamente, através do estatuto do antigo combatente, que foi aprovado na anterior legislatura. Neste âmbito, avançou que desde a sua aprovação, foram já emitidos mais de 380 mil cartões de antigo combatente e de viúva de antigo combatente.
Informou ainda que foram colocadas em ação mais medidas, como a gratuitidade dos passes nos transportes públicos na área de residência, a isenção de taxas moderadoras do Serviço Nacional de Saúde, a entrada gratuita em museus ou monumentos nacionais, e a validação de cerca de 110 mil pedidos de insígnia do antigo combatente. No entanto, “há ainda muito por fazer”, como admitiu.
“A implementação do plano de ação para os deficientes militares e do plano de apoio aos antigos combatentes em situação sem abrigo, são indicativos dessa nossa atenção redobrada a estas questões, com todo o cuidado que nos merecem”, frisou.
O presidente da Liga dos Combatentes de Portugal, Chito Rodrigues, deixou ao Governo o pedido de “revisão do suplemento especial de pensão e do acréscimo vitalício de pensão, isentos de IRS, bem como de apoio à saúde nomeadamente médico e medicamentoso”. Assim, indicou que a Liga dos Combatentes fará chegar propostas concretas “sobre este delicado e importante assunto, que não se encontra expresso no programa do governo”.
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