Estamos a atingir percentagens altas, do número de cidadãos que sofrem de perturbações mentais. É uma situação de alarme social que deveria levar os responsáveis a analisar a problemática. Mais de 30% da população adulta sofre de distúrbios mentais.
O assunto merece que todos possam intervir para a sensibilização de cada comunidade nacional, assim como para que saibamos lidar com essa realidade e com os que vivem nesse mundo. Mais grave é saber-se que um novo contingente de pessoas com casos mentais está a surgir: os que se fecham para viver o digital, nas redes sociais. São ilhéus. Não por nascimento, mas por vontade.
A nossa visita, para um diálogo com o Irmão-Enfermeiro Jorge Dias, ao Hospital de S. João de Deus, em Barcelos, para uma edição da nossa Rúbrica “Fé.0”, mergulhou-me no mundo das doenças do foro psiquiátrico. Também me ofereceu um panorama mais real, apesar de o conhecer. É um articulado humano descaído de tino. Alguns readquiriram uma nova personagem de equilíbrio psiquíco-físico, num turbilhão de curto-circuitos cerebrais que lhes tiraram o raciocínio e lhes esvaziaram o destino…
Vim de lá comovido pelas palavras do Irmão-Enfermeiro Jorge Dias que, em 41 anos de missão, período que o liga à prestação de cuidados de saúde e, em especial, às do foro mental, ainda dispõe de genica corporal, humana, profissional e espiritual para absorver tudo quanto se lhe depara no seu dia-a-dia de trabalho. Dedica-se, entrega-se e oferece-se aos outros, aos doentes, seguindo mais de perto o seu Cristo.
Como nos deixou claro o Irmão-Enfermeiro Jorge Dias, no final de cada etapa diária, não é fácil abstrair-se do caso deste e daquele doente, da carga que se abate sobre ele próprio pela acção que pratica todos os santos dias e, ainda, da pressão que o domina no desfecho do labor a que decidiu tomar caminho. Mas enche-o o coração e encanta-lhe a alma pelo dever cumprido..
Nos nossos estúdios, vamos convivendo com situações muito menos graves, numa colaboração com escolas que se dedicam a integrar alguns dos nossos irmãos com certas características pessoais. A estes, que estão entre nós, prestamos, em benevolência e filantropia, o maior cuidado. Aqui, não somos plastificados, como acontece na nossa vida presente, em grande número. Temo-nos dedicado, em atitude e palavras.
O Fé.0 de ontem e, também, o da próxima 5.a f, dia 25, que tenta deixar uma pequena janela sobre a Saúde Mental em Portugal, é um convite a que todos, quantos nos seguem, o visionem. Tente espairecer, distraia-se, espalhe amor e saiba deixar palavras de esperança aos que mais sofrem. Boa noite.
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