Veio a lume, mas brando, porque há notícias que, quando divulgadas, deitam abaixo a governação e a administração pública e, também, alguns directores e responsáveis por estruturas do Estado.
Andaimes, colocados vai para 4 anos, na sede do Banco de Portugal, na Av. Almirante Reis, em Lisboa, sem que se tenham realizado, até agora, quaisquer obras, já custaram, aos bolsos dos contribuintes – é um número que assusta – mais de 1 milhão de euros.
O 1.o contracto, no valor de 206 mil 521euros, para a sua colocação, foi assinado em 10 de Maio de 2021 para um prazo de 2 anos. A seguir, um outro contracto, data de 27 de Outubro de 2023, para 1 ano, por 168 mil e 244 euros. O mais recente é de 28 de Junho do ano passado, por mais 3 anos, pelo montante de 486 mil e 47 euros.
Durante todos esses períodos nem um prego foi posto em lado algum…nenhuma obra avançou. Em Dezembro passado, a 9, o Banco de Portugal adjudicou obras para reparação da fachada em betão armado, pelo valor de 59 mil e 750 euros, sendo que esses trabalhos têm um prazo de 392 dias, ou seja, os andaimes vão ficar, como se depreende, mais 392 dias, mas sem obras. É uma típica versão à portuguesa.
No universo do Estado tudo acontece. E ninguém fiscaliza? – perguntamos. No universo do Estado gasta-se sem se saber como. No universo do Estado sem peso, conta e medida…desperdiça-se. No universo do Estado esbanja-se. E esbanja-se porquê? Interesses pessoais e colectivos? Tudo o que se desperdiça daria para se pagarem melhores salários às forças de segurança, aos médicos, aos enfermeiros, aos professores, aos bombeiros e melhores reformas, no que diz respeito às pequenas. Daria para se reformar o Estado, que bem precisa. O Estado esbanja, derretendo, sem controle, o que lhe pagamos em imposto – muitos – directos e indirectos. Esta cena, como dizem os mais novos, é um exemplo típico disso mesmo.
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