Um seguidor e homem de Deus, conforme suas palavras, não pode vir a público, dadas as suas responsabilidades – acrescidas de todos os pontos de vista, como homem, como pastor, como cidadão, como político e como moçambicano – pedir que a lei de Talião – olho por olho, dente por dente – seja posta em prática, no séc. XXI.
O candidato a Presidente da República de Moçambique, pelo partido “Podemos”, Venâncio Mondlane, carregou nessa tecla para trazer vingança, ódios e rancores, espelhando-os por uma sociedade, a moçambicana, já de si só dividida por tribalismos doentios, bolorentos e passadistas.
Venâncio Mondlane – será que estaria bem da cabeça ou na perfeição das suas faculdades mentais para afirmar o que veio traduzir para o público? – cabe perguntar. Essa figura, de pastor de uma seita religiosa, convocou os moçambicanos a vingarem cada pessoa morta pelas forças da ordem, apelando a que, por cada cidadão morto, se mate um polícia…
A lei de Talião, como sabemos, é anterior à presença de Cristo na Terra, portanto, faz parte do Antigo Testamento.
A lei de Talião, como já o reflectimos permitia a vingança: olho por olho, ferida por ferida, dente por dente. Mas Jesus, que veio para aperfeiçoar a lei antiga, revela que Deus não quer isso: se alguém te dá uma bofetada na face direita, oferece-lhe também a esquerda. É essa a força de se viver o Evangelho. Como é que Venâncio Mondlane pode apelar, passados mais de 2 mil anos sobre a Lei de Talião, retrógrada e anti-civilização, a se re- colocar essa lei em vigor?
Concluo: um homem com este tipo de discurso nunca poderá ser o elo condutor de uma sociedade justa, progressiva e educada sobre os valores do cristianismo, os de um humanismo que eleve as pessoas e as desvie de criar guerras, sangue e mortes. Mondlane não tem sabido tirar partido do diálogo e tem depositado nas ruas a sua raiva. Não tem perfil para pastor e para figura política.
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