Em Portugal, observa-se uma dualidade económica notável que separa as empresas exportadoras de dimensão significativa das inúmeras pequenas empresas comerciais, responsáveis por uma parcela expressiva da atividade económica, mas com uma contribuição diminuta para as exportações nacionais. Esta realidade, por um lado, inclui setores industriais, como a metalomecânica, o automóvel, o calçado e a confecção, voltados para a exportação, e, por outro, uma miríade de pequenos negócios, desde mercados de rua a estabelecimentos de pequena dimensão, caracterizados por baixos salários, baixa produtividade e escassa viabilidade a longo prazo.
Exportações e Necessidade de Investimento
A estrutura económica de Portugal, com exportações que representam apenas cerca de metade do PIB, contrasta com a média europeia para países de dimensão similar. A ausência de investimento significativo na indústria durante as últimas décadas é notória, sendo este um fator essencial para uma economia equilibrada. A dependência de setores estabelecidos há décadas, sem um foco consistente em inovação e diversificação, ameaça a sustentabilidade económica a longo prazo.
O Sistema Político e os Desafios Sociais
O sistema político português, embora democrático, sofre de limitações, com uma participação eleitoral reduzida e uma representação desigual. Durante anos, o Estado implementou programas sociais financiados por apoios da União Europeia, aumento de impostos e crescimento da dívida pública, soluções de curto prazo insustentáveis. A diminuição recente da dívida pública em percentagem do PIB pode iludir, pois em valores absolutos esta continua a aumentar, tornando-se um fardo para o futuro.
Desafios e Soluções para Portugal
O crescimento económico de 2022, impulsionado pelo turismo pós-COVID e pela resiliência das exportações, revela a importância desse setor. No entanto, Portugal não deve limitar-se ao turismo como único motor da economia. É crucial diversificar e fortalecer a economia, incluindo a agricultura e a indústria, alavancando o seu potencial. A corrupção, o modelo económico insustentável, a educação insuficiente e a emigração são desafios que exigem respostas. A promoção de um mercado equilibrado que valorize tanto as pequenas como as grandes empresas é essencial. A compreensão e aplicação adequada das novas tecnologias, especialmente na modernização da administração pública, são passos fundamentais.
Em suma, o futuro de Portugal requer uma abordagem equilibrada, consistente com valores democratas e conservadores, que valorize a diversificação económica, a educação de qualidade, a luta contra a corrupção e a promoção de um ambiente favorável aos negócios. É urgente um investimento eficaz e sustentável que abrace a inovação e a diversificação para construir uma economia mais robusta e preparada para os desafios do século XXI.
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