O Famalicão Canal esteve à conversa com a banda famalicense Typical Me. O quinteto, constituído por Aury Santos, Adriana Torres, Ricardo Azevedo, Filipe Ferreira e João Pedro Martins, juntou-se em 2017, e desde aí tem vindo a consolidar o seu percurso criativo e musical. Em abril de 2018 lançaram o seu EP intitulado “The Way”, constituído por quatro faixas- Climax, Uncertainty, Lift Me e Thinkin’ About You. Seguiram-se os singles 3am/4am e Show a Little Love.
A banda nasceu da vontade de criar um novo projeto entre Aury Santos, músico percussionista de Riba d’Ave, e Adriana Torres, a vocalista da banda. Em entrevista, Adriana Torres começou por recordar que o projeto surgiu de uma amizade de longa data entre os dois músicos, no entanto, rapidamente perceberam que precisavam de mais membros.
“Como temos muitas das mesmas influências musicais, decidimos criar um projeto dentro desta onda do neo-soul, mas rapidamente nos apercebemos que só dois não chegava. Conheci mais tarde o Filipe, numa jam session em Braga, e depois foi convidado para o projeto”, contou. Para Filipe Ferreira foi “um sim imediato” à proposta, revelando que este era para si, “um projeto de sonho”.
Sendo esta uma realidade que se aplica a muitos outros, os membros dos Typical Me iniciaram os seus percursos na música de forma isolada e autodidata, evoluindo depois para projetos em grupo. No entanto, a harmonia no processo de criação dos temas em grupo foi imediata. “Começamos todos os ensaios com um improviso, como se fosse um aquecimento”, conta o baixista. “E muitas das vezes é desses improvisos que surgem os temas”, evidencia.
Aos poucos, a própria dinâmica do quinteto foi-se consolidando com novas formas de criar os temas. “Outra estratégia é que cada um pode trazer ideias para o grupo e depois vemos juntos o que vamos fazer com isso. Há temas que eu levo a melodia já com letra e depois, consoante as opiniões, tanto a banda como eu ajustamo-nos. Trazemos ideias, e se virmos que vale a pena explorar avançamos. Às vezes acontece até de não dar em nada”, acrescentou Adriana.
Os Typical Me apresentam-se assim com naturalidade ao público, mostrando a sua música «sem pressão». Vivem o presente com expectativas positivas para o futuro, garantindo que são um grupo livre para compor e apresentar os seus temas de acordo com a sua visão: “Uma coisa que temos todos em comum é que somos orgulhosos. Neste projeto só vamos fazer aquilo que queremos fazer e só vamos tocar o que queremos. Uma das coisas boas é nós não termos pressão de nenhuma editora ou agência para produzir um tema neste ou naquele sentido. No que diz respeito à criação, somos livres”.
O objetivo é sempre “passar um bom bocado juntos”, deixando de lado a fama e sucesso no seu sentido tradicional. “Tocamos porque nos faz bem e queremos que as pessoas que nos ouvem também sintam isso. Que se sintam aconchegadas com a nossa música”, realça a vocalista.
Sobre os concertos, Filipe Ferreira conta que existe sempre um storytelling em todas as atuações da banda. “Queremos a envolvência do publico para com as nossas músicas porque senão não faz sentido. O alinhamento das músicas é feito para que haja essa envolvência do público”, afirma.
Neste sentido, Adriana revela precisamente que uma das coisas sobre a qual o grupo gosta de trabalhar é na conceção do espetáculo. Para o público que conhece pela primeira vez os Typical Me, ao vivo, pode esperar um concerto com história: “Há momentos só de narração e nós gostamos de criar uma experiência completa. E mesmo quando tocamos um tema que já tocamos 20 vezes nós nunca tocamos de forma igual e às vezes conseguimos surpreender-nos uns aos outros”, reforça.
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