Que Lástima, as nossas Estradas Nacionais
Circular nas Estradas Nacionais, no concelho de Vila Nova de Famalicão, começa a ser uma aventura.
Há três anos, a FAMALICÃO CANAL TV, noticiava uma obra, a realizar pelo IP – Instituto Estradas de Portugal, obra de pavimentação da Estrada Nacional 206, troço entre o hipermercado, junto à rotunda de Santo António, até à conhecida rotunda do Marco.
Aquela foi tema de atualidade nos meios de comunicação social. Sempre que se tocava no assunto, o mesmo merecia comentários dos utilizadores daquela infraestrutura viária. O que é certo, a obra lá se realizou e a estrada que vai para a Póvoa, assim designada pelos famalicenses, deixou de ter buracos.
Neste espaço vou continuar a falar da Estrada Nacional 206, que liga Famalicão a Guimarães e da Estrada Nacional 204-5, que liga Avidos a Riba de Ave.
Os condutores que necessitem circular por estas Estradas, entram numa verdadeira aventura. São muitos os buracos, remendos nem se fala e as tampas dos coletores, existentes nessas vias, estão desniveladas. As bermas entupidas de lixo, resíduos vegetais e terra que se foi acumulando com as águas da chuva. Ervas nos passeios, que para ali passarem peões, só à vez, porque a vegetação é tanta que só não vinga, onde aqueles mais teimam em passar. Para não falar em silvados, de terrenos que confrontam com essas estradas e que os mesmos – os silvados – passam para a via pública, nomeadamente passeios, que impedem a utilização daquele espaço para circular. É este o cenário real.
Questiono: Onde estão as brigadas de limpeza do IP?
O Estado Português não resolve este problema e, ao que me apercebo, ainda, cria outros tantos.
A nossa redação recebe e-mail’s a denunciar situações que indignam qualquer cidadão de bem. Relatam passeios cheios de vegetação, que não é cortada e impede a passagem de peões com mobilidade condicionada, utilizadores da via que não têm outra forma, senão passar para a faixa de rodagem: mães com bebés, transportados nos carrinhos; deficientes motores em cadeiras de rodas… uma vergonha o que se assiste num concelho que é o 3º exportador nacional.
A responsabilidade, caros telespectadores, não é da Câmara Municipal, não é das Juntas de Freguesias deste concelho, chamo atenção que não estou a advogar. A responsabilidade é das Infraestruturas de Portugal, antigamente eram designadas por Junta Autónoma das Estradas. Recordam-se?
Estes dias um autarca local, no seu discurso dizia: “A Estrada Nacional 14 é um Cartão de Visitas que nos envergonha, tem de ter outro tratamento. Já solicitamos às Infraestruturas de Portugal um protocolo para que a Junta de Freguesia possa cuidar da sua limpeza e dos arranjos, dos espaços sobrantes, junto à via, assim como nas rotundas. Ainda não obtivemos respostas!”
Imaginem só! É preciso pedir autorização para limpar?!
Uma tarefa que não deveria ser necessário pedir autorização, esta deveria ser um ato de iniciativa cívica – deveria estar à mercê de qualquer cidadão.
Uma outra nota: já que tanto é necessário pedir autorização ao IP, para intervencionar (fazer o que quer que seja) numa Estrada da responsabilidade do Estado, então fica a sugestão. Quando qualquer entidade: EDP, Serviços de Instalação de GÁS, Operadoras de Telecomunicações, Serviços de Ambiente das Câmara Municipais ou Promotores Imobiliários, que pretendam fazer obras nessas vias, então o IP – Infraestruturas de Portugal deve acionar as equipas de fiscalização para verificar, se no final da mesma, o construtor deixou a via em bom estado de conservação e não irregularidades no piso, como muitas vezes acontece.
Os utilizadores da rede viária, merecem respeito por parte do Estado. Primeiro, porque são estes, também, contribuintes; segundo, porque as suas viaturas não têm que estar sujeitas à degradação, quando lhes é exigido que a viatura circule em condições de segurança.
As responsabilidades não podem ficar só de um lado.
É lamentável que quem exige as regras de um país, não cumpra com as suas.
Nas minhas cinco décadas de vida, ouvi dizer muitas vezes “O exemplo vem de cima…”, pelos vistos em Portugal começa-se a esquecer esta frase e esta prática.
Bom fim-de-semana
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