A Casa das Artes recebeu, esta sexta-feira, 29 de outubro, as I Jornadas do Outubro Rosa no CHMA, com várias palestras e mesas redondas direcionadas para a temática da prevenção e sensibilização do cancro da mama.
Esta iniciativa foi organizada pelo Serviço de Oncologia em conjunto com a Clínica da Mama, do Centro Hospitalar Médio Ave (CHMA), a propósito do mês Rosa que se assinala em outubro. A sessão de abertura, às 9h00, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, Mário Passos. Seguiu-se durante a manhã três mesas redondas que abordaram a atividade do CHMA na patologia da mama, o modo como se deve abordar a doença e o diagnóstico imagiológico.
Na parte da tarde, os utentes do CHMA e População em Geral foram o público-alvo. As três mesas redondas abordaram as temáticas do diagnóstico ao tratamento, a importância da abordagem multidisciplinar e o papel do voluntariado no Centro Hospitalar.
Marta Novais Silva, Diretora do Serviço de Oncologia do CHMA, partilhou a importância destas jornadas, na medida que são uma forma de “sensibilizar para a prevenção, para a necessidade de um diagnóstico precoce”, de forma a obter melhores taxas de sobrevivência e de cura.
Melhorar a articulação com os cuidados de saúde primários, tentar estabelecer protocolos e mostrar o que se faz no CHMA, foram também objetivos destas jornadas. “Temo-nos vindo a aperceber que as pessoas não conhecem o nosso trabalho, não conhecem a nossa dinâmica e acho que hoje cumprimos esse objetivo”, salientou.
“Nestas jornadas tentamos também mostrar que a abordagem da patologia da mama é multidisciplinar. Ao longo deste dia tentamos mostrar a importância de cada uma das áreas na orientação da abordagem a estes doentes”, destacou ainda Marta Novais Silva, acrescentando que “no fundo, não tratar só o cancro do doente, mas tratar um doente com cancro”.
Luísa Reis, Chefe de Serviço da Clínica da Mama, falou também sobre a diminuição dos rastreios oncológicos em 2020, por consequência da pandemia, que teve efeitos negativos na saúde dos utentes. “Neste momento estamos com maior número de casos”, alertou. Os rastreios já recomeçaram e o número de doentes a serem referenciados para o Hospital aumentou. “Esperemos que este pico volte a esbater-se. Estamos cá para o que for necessário, mas é provável que durante algum tempo ainda apareçam muitos casos que ficaram parados, que não fizeram rastreio ou doentes que não estão integradas no programa de rastreio”, realçou.
José Luís Carneiro, Presidente da Associação do Voluntariado Hospitalar de Famalicão, começou por destacar o papel do voluntário, «que tem como missão servir e não se servir», auxiliar os doentes, dar apoio e acompanhar sempre que necessário.
Partilhou que, para a Associação, a pandemia foi «implacável» em todos os aspetos, mas o movimento «Vencer e Viver» nunca parou. O ano passado, inclusive, ajudou cerca de 44 mulheres na oferta de próteses mamárias, que foram operadas no Centro Hospitalar. Esta é «uma aposta muito forte» da Associação, com referiu José Luís Carneiro.
“Durante este tempo de pandemia a Associação não esteve parada. Esteve sempre mobilizada”. Além da oferta das próteses mamárias, teve ainda a iniciativa de oferecer televisores, micro-ondas e máquinas de café aos utentes em isolamento.
“Esperamos este ano recuperar o terreno perdido por causa da pandemia. O apelo que eu faço a todas as mulheres é que, a qualquer sinal suspeito, se dirijam ao hospital e que desencadeiem os processos todos que sejam necessários”, alertou.
As comemorações do «Mês Rosa» terminam este sábado, com a caminhada a partir das 9h30, junto ao hospital, rumo ao Parque da Devesa. José Luís Carneiro contou que a organização desta caminhada foi desencadeada «em tempo record», em cerca de 15 dias.
Esta iniciativa pretende continuar a alertar para a problemática do cancro da mama, sensibilizar, investir na aposta da prevenção e também prestar apoio financeiro à Associação. Para Marta Novais Silva, a Caminhada Rosa “fecha o ciclo de uma forma ótima”, evidenciando ainda que esta “é uma forma mais visível de sensibilizar as pessoas para esta temática”.
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