A freguesia de Landim esteve em festa este domingo, dia 6 de fevereiro, ao realizar as cerimónias religiosas em Honra do Mártir São Brás. Durante a manhã, o andor saiu da capela, localizada no cimo da Alameda, e foi depois transportado para o Mosteiro, onde se celebrou a Eucaristia presidida pelo pároco Armindo Paulo.
Ao início da tarde, as cerimónias retomaram às 15h com a Oração Mariana. Seguiu-se a procissão, em que saiu o andor de São Brás, da Senhora das Candeias e de Santa Maria de Landim. O grupo de devotos que acompanhou os andores percorreu as ruas da freguesia, junto ao Mosteiro e à Capela das Senhoras do Carmo, Boa Viagem e Santa Teresinha.
De relembrar que o dia de São Brás é a 3 de fevereiro, quinta-feira, tendo sido também nesse dia celebrada a Eucaristia em honra ao Mártir.
Há mais de 30 anos seguidos, os quatro irmãos Lopes são responsáveis por carregar o andor de São Brás. Todos os anos percorrem as ruas da freguesia de Landim durante a procissão como uma forma de devoção ao Santo, que se tornou já uma tradição.
Serafim Lopes, o irmão mais velho dos quatro, reforça que a vontade é de continuar. “Já disse aos meus irmãos que, se houver promessas é cumprida e pega quem tiver, mas se não houver promessa continuamos nós a pegar no andor”, disse, acrescentando: “Enquanto for vivo e tiver saúde eu não deixo”.
Para Duarte Lopes, um dos irmãos, é uma honra dar o seu contributo à comunidade: “Isto é um motivo de orgulho também, pegar no São Brás ao longo destes anos todos, juntamente com os meus irmãos. Faço isto porque tenho muita consideração por aquilo que o meu pai fez, e nos ensinou a seguir a religião”.
Para o pároco da freguesia, Armindo Paulo, é importante manter esta tradição, que começou da boa vontade do pai, Júlio Lopes, que foi feitor da Quinta do Mosteiro de Landim e que ficou conhecido por ser “muito dedicado à vida da comunidade, muito preocupado, sempre interessado e a perguntar se corria tudo bem ou se era necessária alguma coisa”.
“Passou esse testemunho e agora estes quatro irmãos, com amor à causa, a São Brás e à freguesia de Landim, com certeza que vão passar este testemunho aos seus vindouros, porque de facto está no sangue deles, e se está no deles também está no sangue dos filhos”, completou.
Estar disponível para o serviço é também uma missão dos cristãos, como salientou o pároco. “Não quero acreditar que sejamos cristãos de braços cruzados, mas sim ousados, disponíveis e dispostos a servir a Igreja de Jesus Cristo porque é eles que nos move. Onde há um cristão há alegria, festa, movimento e disponibilidade para o serviço, como é o caso destes irmãos que há quase 30 anos servem a Capela de São Brás na sua procissão, mas também outros que estão dispostos a servir a comunidade paroquial”, congratulou.
Retomar as celebrações religiosas em tempo de pandemia é um desafio, mas Armindo Paulo considerou que a Covid-19 não afastou as pessoas da igreja: “Acho que tiveram algum receio, mas aos poucos vão recomeçando a aproximar-se, a viver e a continuar a celebrar a sua fé, que até agora viviam de uma forma diferente”.
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