Uma equipa de cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a utilizar machine learning e inteligência artificial (IA) para detetar os flares, as erupções solares, que são ainda imprevisíveis.
“Fazem parte deste projeto 12 alunos que estão a cobrir várias áreas de space weather (interação entre o sol e a terra) e um dos alunos da FCTUC está a ter resultados em relação à previsão de pré-flares. Se conseguirmos determinar os pré-flares é possível, posteriormente, construir modelos de previsão e, dessa forma, conseguimos emitir alertas”, acredita a coordenadora do projeto na FCTUC.
Aquela é uma investigação internacional desenvolvida no âmbito do projeto SWATNet, na qual está em construção uma base de dados, com vários fenómenos solares, de acesso ao público.
“Cada vez mais as explosões solares têm impacto na terra. Não é que o sol esteja diferente, mas nós temos mais tecnologia, estamos cada vez mais dependentes da tecnologia espacial. Portanto, temos que saber como é que funciona o sol para não sermos afetados”, alerta a especialista, explicando que “os flares são uma explosão solar que pode atingir a terra em apenas oito minutos, transportando partículas energéticas que nos afetarão”.
“A oportunidade única para este estudo surge da riqueza de observações solares agora disponíveis e dos recentes grandes avanços no conhecimento da IA e do machine learning, abrindo novos horizontes para a utilização destas abordagens também para fins climáticos espaciais”, conclui a investigadora.
Aquele projeto permite que os estudantes tenham, também, uma perceção do mercado trabalho e do mundo empresarial. O SWATNet dá, igualmente, aos 12 alunos, a oportunidade de fazer um treino com a duração de um mês num observatório solar na Hungria, realizar intercambio entre instituições, assim como um estágio nas empresas parceiras, que em Portugal é o Instituto Pedro Nunes (IPN) ESA Space Solutions Portugal.
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