Oliveira São Mateus celebrou, este fim de semana, as festas de São José. É uma tradição secular, nesta freguesia do concelho de Vila Nova de Famalicão, que sofreu um interregno de dois anos devido à pandemia de Covid-19.
A Confraria de São José retomou a organização destas cerimónias, que decorreram, como habitual, no Largo de Santana. A tradicional feira, a Eucaristia, e Procissão com os figurantes, acompanhada pela Banda de Música da Lixa, foram os pontos altos desta romaria, que foi a primeira do ano de 2022 na freguesia.

O “Juiz” da Confraria, José Pinto, revelou a satisfação por ver retomada uma das celebrações mais antigas da freguesia. “Isto é o início de novas festas. Esteve parado estes dois anos, e agora vamos tentar dar continuidade a ver se melhora”, começou por dizer.
A Confraria, que é constituída por 12 pessoas, teve este ano um trabalho redobradamente difícil. A preparação da festa começou tarde, e também as restrições devido à pandemia limitaram a ação do grupo: “Foi difícil. A preparação começou tarde, só a partir do dia 30 de janeiro é que começamos a pensar na festa, e depois com a pandemia tivemos que nos adaptar às regras. Como não se podia fazer noitada, tentamos fazer as cerimónias religiosas e incentivar o povo a aderir, para que não esqueçam esta festa”.
As solenidades de São José são parte identitária da história de Oliveira São Mateus. Como referiu José Pinto, “é das mais conhecidas aqui na freguesia, porque já tem muitos anos. A Confraria já tem mais de 500 anos e sempre houve festa de São José. Agora foi um bocado abaixo, mas vamos tentar reavivá-la novamente”.
Apesar deste ano com menor adesão e com limitações no programa, o “Juiz” revela que a Confraria está satisfeita com a adesão da comunidade. “Para nós, é um orgulho organizar as festas, e é satisfatório ver muita gente. Dentro do previsível, correu muito bem. E agora é melhorar no futuro”, concluiu.
A Banda de Música da Lixa, que acompanhou a procissão e animou a tarde do passado domingo com várias marchas, já faz parte também da tradição de São José. Participa na procissão “há muitos anos”, como revelou o Diretor do grupo, Álvaro da Silva.
É um grupo com mais de 200 anos de existência, e que todos os anos de desloca a Oliveira São Mateus para participar nas festividades. São 45, os elementos da banda estiveram presentes, um número que se manteve estável em relação às edições anteriores, apesar do interregno de dois anos.
“Ficamos muito contentes quando recebemos o convite para aqui estar. Já estávamos à espera, se realmente não houvesse pandemia”, contou Álvaro da Silva, acrescentando que esta é sempre uma das primeiras festas do calendário em que a banda marca presença.
Com a paragem de dois anos, revelou que “é sempre difícil recomeçar, mas está a correr bem”. A comunidade aderiu, ainda que em menor quantidade do que em anos anteriores. “Está mais fraco porque costumava ter muitos feirantes e hoje realmente está um pouco mais pobre. Mas para o ano, por certo, vai melhorar”.
Emanuel Silva, Maestro da Banda Musical da Lixa, revelou a emoção de voltar ao ativo com a banda: “É muito emocionante voltarmos a esta freguesia. Vimos cá há mais de 20 anos, e depois destes anos parados, conseguirmos reunir os músicos e pôr a banda a funcionar. É muito gratificante chegar aqui e sentir novamente este espírito acolhedor e festivo”.
Carlos Valente, Presidente da Junta de Freguesia, revelou que está satisfeito por ver reativadas as dinâmicas festivas no território.
“A sensação é excelente. Independentemente de termos alguns feirantes que não vieram, ora por impossibilidades financeiras ou distância, sabemos que é um ano complicado. É o abrir destas feiras, e em muitos casos são as primeiras que estão a fazer desde a interrupção por causa do Covid 19. Esperemos que esta seja o mote para muitas outras que irão acontecer”, salientou.
Para o autarca, agora é importante incentivar a comunidade a participar e envolver-se nas tradições da freguesia, sem receios. “É uma das coisas que queremos- reativar as nossas festas. Somos uma freguesia que, ao nível deste tipo de festas de santos, temos quatro. Queremos manter todas, mas claro que todos têm de se envolver, porque isto engloba comissões de festas, que são compostas por pessoas da comunidade”, acrescentou o presidente, deixando ainda um apelo à participação da população “para que as romarias continuem a existir ao longo dos próximos anos”.
























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