Onde chegamos?
Ontem celebramos meio século após a Revolução do 25 de Abril de 1974.
Uma página, das mais importantes, na história de Portugal e dos Portugueses.
Na manhã deste dia 25 de Abril, vivi, também, dois momentos importantes – A homenagem aos Combatentes na Guerra do Ultramar – que mereceram a construção de um moral, nas freguesias de Ruivães e Novais. Uma União de Freguesias que não quis deixar cair no esquecimento aqueles que tiveram que embarcar para terras de África e dignificar a sua Pátria – Portugal e a sua Bandeira.
Após a Revolução de Abril, às colónias portuguesas foi-lhes dada a independência, deixaram de ser território Português. Muitos foram os portugueses que tiveram de regressar à sua Pátria, apelidaram-nos de “retornados”.
Vieram sem nada!
Era eu miúdo e assistia, aqui dentro de território Português, ao apontar o dedo aos “retornados” de exploradores, de terem escravizado os negros.
Meio século depois do dia 25 de Abril de 1974, a figura mais alta da representatividade desta nação, que é Portugal, vem juntar-se a essas acusações infundadas. O nosso Chefe de Estado, citado pela Routers disse que “Portugal era responsável pelos crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era colonial, e sugeriu que havia necessidade de reparações.” Mas não fico por aqui, continuou: ”Durante mais de quatro séculos, pelo menos 12 Milhões e Meio de africanos foram raptados, transportados à força por longas distâncias, principalmente por navios e mercadores europeus, e vendidos como escravos.
Aqueles que sobreviveram à viagem acabaram a trabalhar nas plantações nas Américas, principalmente no Brasil e no Caribe, enquanto outros lucraram com o seu trabalho.”
António Costa e Luís Montenegro, Ex-Primeiro Ministro e atual Primeiro-ministro, disseram que o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa deve retratar-se.
António Costa, recordo aqui, em visita a Moçambique, em Setembro de 2022, também pediu desculpa por um episódio ocorrido em Dezembro de 1972, em contexto de guerra. Será que António Costa não terá, também, que se retratar?
Voltando ao Presidente da República, quanto às reações dos partidos com representação na Assembleia da República, dizem que as palavras de Marcelo foram de “Traição à Pátria”, “Choque”, “Inaceitável”.
Há 50 anos que os Combatentes, em terras do Ultramar, reclamam benefícios por terem lutado numa Guerra para nada, afirmam. O mesmo que dizer, perdemos vidas, mutilamos corpos de militares, destruímos homens, em que muitos ficaram com sequelas de trauma pós-guerra.
Quantos portugueses regressados das ex-colónias, ficaram sem nada, após a independência, e a pátria Portuguesa nada lhes deu como beneficio para reparação dessa consequência.
Nenhum responsável pela nação se pronunciou sobre essas matérias.
A questão impõe-se: o que levou o Presidente da República a levantar esta polémica.
Será que os responsáveis pela nação já não são criativos o suficiente para apresentarem projetos e ideias que mereçam discussão sem ruido.
Muito se fala em sensacionalismo na informação, mas pelo que vejo, até os representantes políticos e institucionais estão a contagiar-se pelas tendências.
Se assim for… não vislumbro um bom futuro para o nosso país!
Os oportunistas já se fazem ouvir!
Bom fim-de-semana.
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