Fotos: Carlos Guerra Lima
“No outro lado da luz”, intitula uma exposição de escultura e fotografia, que está patente na Simaca, na Zona Industrial da Arrifana, em Santa Maria da Feira. Os artistas residentes, incorporados na realização, são o escultor Paulo Neves e o fotógrafo Frederico Martins.
Mostram à comunidade representações visuais das várias freguesias do concelho de Santa Maria da Feira. Esta exposição foi inaugurada, no passado sábado, dia 30.
A exibição está integrada no projeto global “Arrifana com Alma”, iniciativa que se inscreve no evento anual titulado “Arrifana com Arte”. Este envolve diversas vertentes artístico-culturais que se esbatem na Escultura, Pintura, Cinema, Fotografia, Música, Poesia e Arquitetura.
O Comendador Paulo Amorim organizou a iniciativa e, chegado o momento da inauguração da exposição, a satisfação não podia ser maior.
“Este evento simbólico saiu do corpo, dá trabalho. Mas a palavra passa e o facto de ter corrido tão bem hoje aqui, é também um exemplo para que as próximas iniciativas tenham mais adesão”, partilhou.
A inovação está, também, patente nesta exposição, por se encontrar inserida numa zona industrial, o que não é habitual, como salientou o comendador. “A arte não tem que ser uma coisa elitista, deve ser para todos, democrática (...). Isto é uma fábrica, não é um espaço habitual de cultura e isso também é interessante. As pessoas, cada vez mais, gostam da diversidade”.
Os artistas envolvidos – o escultor Paulo Neves e o fotógrafo Frederico Martins – frisaram a necessidade de descentralizar a cultura. A comunidade aderiu em grande número, o que superou as expectativas.
“É um dia muito bonito porque estou a fazer uma exposição com um amigo de longa data (Frederico Martins), num armazém, numa aldeia, o que acho fantástico”, frisou o escultor. “Não são só as pessoas da cidade que gostam, também as das aldeias gostam e precisam que se façam coisas, neste caso, ligadas à cultura”.
Uma opinião partilhada pelo fotógrafo Frederico Martins: “É importantíssimo que estas iniciativas aconteçam, que os artistas possam ser colocados a colaborar e que o resultado dessas colaborações seja posta à disposição a comunidade, neste caso, envolvendo a indústria e várias valências da comunidade civil”.
Gil Ferreira, Vereador do Pelouro da Cultura, Educação, Juventude e Turismo, revelou que se previa a realização de um projeto como este. “Agradavelmente surpreendido com o entusiasmo da comunidade e adesão à iniciativa, pela pluralidade de comunidades que se reuniram”.
Para o autarca, a exposição é um exemplo da dualidade do “binómio indústria e criatividade”. Este sucesso carrega um “sentimento de profunda responsabilidade”, tendo afirmado: “Temos de colocar os recursos e políticas públicas alinhadas naqueles projetos geradores de valor acrescentado e de um envolvimento orgânico da comunidade”.
Ricardo Oliveira, Presidente de Junta de Freguesia da Arrifana, reforçou a importância deste projeto, por permitir o acesso à arte, totalmente gratuito à população. “Fiquei extremamente contente pela massa humana que estava, pela envolvência das coletividades. Todas as sinergias se congregaram para que este evento fosse um sucesso”, rematou o autarca local.
De relembrar que a exposição estará patente, no referido local, até ao dia 3 de julho, sendo a entrada gratuita. Poderá ser visitada, de terça-feira a domingo, das 14h às 19h.
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