Numa sociedade cada vez mais dependente das novas tecnologias, a APDP acaba de lançar uma nova campanha para acesso aos dispositivos automáticos de insulina.
Dia 14 de Novembro é assinalado o Dia Mundial da Diabetes, a Associação Protectora dos Diabéticos propôs aos grupos parlamentares um aditamento ao Orçamento de Estado de 2023 para a comparticipação de 100% dos dispositivos automáticos de insulina para pessoas com diabetes tipo 1 (DT1).
Segundo a nota à imprensa da APDP, recentemente, a associação lançou a petição pública “pelo acesso aos sistemas híbridos de perfusão sub-cutânea contínua de insulina (bombas de insulina) e pela qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal”, que foi assinada por 24.889 pessoas, entregue esta segunda-feira, dia 14.
“O dispositivo automático de insulina é já uma realidade em Portugal, mas implica um valor incomportável para os seus utilizadores. Trata-se do sistema que mais se aproxima do pâncreas artificial, administrando insulina automaticamente e ajustando-a de acordo com a variação dos valores de açúcar no sangue.”, explica José Manuel Boavida, presidente da APDP, acrescentando: “É verdadeiramente revolucionário, melhorando substancialmente a qualidade de vida e a saúde das pessoas com diabetes, permitindo-lhes viver quase como se não tivessem a doença.”
Em Portugal, serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com DT1, 5.000 das quais serão crianças e jovens, sendo que este número tem vindo a aumentar consideravelmente nos últimos anos. Deste número, estima-se que cerca de 30% terá condições e escolherá utilizar um dispositivo automático de insulina.
“As pessoas com DT1 precisam de injetar insulina e monitorizar os níveis de glicemia 24 horas por dia, 7 dias por semana. Se o controlo metabólico não for adequado, têm um risco aumentado de mortalidade precoce, chegando a reduzir 17 anos a sua esperança de vida. A utilização do dispositivo automático de insulina pode proporcionar às pessoas com DT1 melhor compensação e prevenir consequências de elevado potencial incapacitante, tais como cegueira, insuficiência renal, doenças cardiovasculares e amputações.”, refere João Filipe Raposo, Diretor Clínico da APDP.
Os dispositivos automáticos de insulina são já comparticipados em países como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Itália, Eslovénia e Países Nórdicos. Em Portugal, para abranger a população proposta, o custo anual corresponde apenas ao aumento do preço do dispositivo relativamente ao dos sensores e consumíveis, que já são comparticipados. “Calculamos que este acréscimo, de cerca de 2 mil euros, de 4 em 4 anos, poderá ser muito reduzido com o aumento da disponibilidade, para além da grande poupança considerando o impacto na redução de complicações, internamentos e no aumento da esperança de vida.”, pode ler-se na proposta de aditamento ao OE 2023.
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