A força do F, o que define a escrita para a palavra Futebol, continua vigorosa, imponente e intocável.
A Polícia Judiciária, através do seu Coordenador da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, veio dar nota do óbvio ao admitir que, conforme noticiou a Rádio Renascença, há clubes de futebol, em Portugal, usados para branquear dinheiro ilícito.
“Quando temos investidores que gastam grandes quantias de dinheiro em clubes portugueses, obviamente que nos traz uma chamada de atenção para o que estes clubes pretendem fazer” – revelou Luís Ribeiro, aquele responsável pela PJ.
O mesmo investigador explicou, igualmente, que os direitos de imagem de um jogador também não estão definidos e adianta que “é a lei da oferta e da procura“, o que faz com que a circulação do dinheiro fique menos evidente.
Antes, como se sabe, a título de se gozar e de se espelhar a situação, dizia-se que havia, em Portugal, 3 Fs: Fátima, Fado e Futebol.
Fátima é um reduto de fé, cabendo a cada cristão ou quem se devota à Senhora da Cova da Íria esbater, em actos, oração e peregrinação, o seu fervor espiritual à imagem da mãe de Jesus. O fado é uma expressão cultural-popular lisboeta que revela toda a força musical e de cantiga da nossa maneira de estar, de destino. Seguem uma e outra, milhões de cidadãos.
O futebol movimenta milhares de milhares de pessoas, a nível nacional. Cada uma delas apega-se ao seu clube de coração. Cada cidadão entrega-se, como se a sua vida dependesse da bola, ao espectáculo e a acompanhar o seu clube de estimação. Mas em cada clube, como é tão sabido quão uma verdade estafada, circulam biliões de euros, em passes de jogadores, nas suas transferências, nos seus salários e no que acaba por se movimentar por debaixo das mesas ou nos circuitos da mesma bola, hoje uma poderosa indústria que gera quantias elevadíssimas de dinheiros que ninguém controla nem governos nem autoridades…
Mas quando se fala nos males ou doenças do futebol cai o Carmo e a Trindade sobre quem ousa dizer que o rei vai nu… Mas quando um Governo tiver a coragem para disciplinar ou meter o bedelho na vida do futebol, os sócios do clube A, B ou C vão armar barulho, vão arrasar…porque o divertimento da bola é o seu mais que tudo da vida, acima até da família, dos gastos mensais e de terem discernimento para não levarem tão a peito a clubite…
Os jogadores são, apesar de muitos biliões que alguns, os melhores, ganham, uns escravos da estratosférica indústria do futebol que verga Entidades, Instituições, Empresas públicas e privadas, além de consumir fígados a quem o segue e, também, de arranjar distúrbios, pancadaria e inimigos. Pensava eu que o futebol, como outro qualquer desporto, seria presença educacional, civismo e cidadania. Pensava eu que o futebol, por ser desporto, deveria ser uma competição onde a seriedade e a integridade de acções, palavras e actos seja o denominador comum da vida dessa modalidade. Andam por aí muitos gatos escondidos com rabos de fora, ou seja, biliões de euros a circular por debaixo do futebol.
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