Plataformas encurtam na linha da Beira Alta
Deixem-me partilhar convosco mais uma verdadeira aberração, cometida pela IP/Infraestruturas de Portugal, na linha da Beira Alta, troço ferroviário que, como é sabido, tem vindo, vai fazer uns 4 anos, a receber trabalhos de beneficiação e de modernização.
Foram obras concursadas e lançadas pelo governo socialista, mas avalia-se que mal projetadas. E analisa-se que têm derrapado em prazo de execução e em valor de contrato, o que não deixa de ser surpreendente, penalizando o Estado, ou seja, todos os cidadãos.
Vamos ao detalhe: a IP encurtou, conforme notícia que o jornal “Público” publica, o comprimento das respectivas plataformas, das estações dessa linha férrea, em 1.218 metros.
Ora, essa medida, é uma enorme falha técnica, dado que se estão a operar trabalhos de beneficiação, reestruturação e modernização nessa linha.
O que significa essa diminuição de cias de embarque e desembarque de passageiros?
Que as composições, sejam comboios regionais ou intercidades, não podem ter um número suficiente de carruagens para fazer face, no futuro, à procura, limitando a oferta ao mínimo, por banda da CP, em razão dessa enorme falha de e no projeto.

O diário “Público” escreve e transcrevemos: “Um dos fatores críticos na exploração ferroviária é a dimensão das plataformas das estações e apeadeiros. Do seu comprimento depende também o comprimento dos comboios e a capacidade de oferta do operador. Em estações com plataformas curtas até podem parar comboios compridos, mas algumas carruagens ficam de fora, provocando problemas de segurança porque já não é hoje admissível que os passageiros desembarquem diretamente para a via”.
Resta perguntar: não há responsáveis por esta falta grave de uma obra que envolve milhões de milhões de euros e, ainda por cima, teve apoios da UE? Poderemos aduzir que, e neste projeto, ao fim de quase 4 anos de obra, com sucessivos atrasos e desculpas esfarrapadas, alguns se aproveitaram da ineficácia de um estudo sério, da própria fiscalização atempada e de uma considerável capacidade de, a tempo, se terem efetuado ajustamentos e alterações ao desenho inicial da obra para a tornar mais funcional e moderna?
ANTÓNIO BARREIROS
Jornalista e Chefe de Redação – Famalicão Canal TV
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