“Não passa de um simples anúncio”. Deputado Social Democrata apreensivo em relação ao TGV.
O projeto apresentado recentemente pelo Governo para ligar o Norte e a Galiza em comboio de alta velocidade (TGV), e que no distrito, além de Braga atravessará previsivelmente os municípios de Vila Nova de Famalicão e Vila Verde, uma obra inserida no Programa Nacional de Investimentos 2030, “não passa de um simples anúncio”. Esta é a interpretação do parlamentar famalicense, Jorge Paulo Oliveira, em face dos esclarecimentos do Governo.
“Não temos nenhum projeto, nem anteprojeto, não temos nada. Subsiste apenas a expressão de uma vontade. Não temos, nem vamos ter alta velocidade, mas sim velocidade alta. Estamos no mesmo ponto em que ficamos em 2009, quando pela última vez este assunto mereceu ampla discussão pública”, garantiu o deputado.
Jorge Paulo Oliveira, questionou diretamente o Ministro das Infraestruturas, sobre o anúncio do projeto da construção de uma nova linha ferroviária ligando Porto-Valença-Vigo.
“Sabemos muito pouco sobre o projeto” começou por assinalar Jorge Paulo Oliveira, dirigindo-se ao Ministro das Infraestruturas e Habitação. “O Governo refere a construção de uma nova linha, de via dupla e de alta velocidade, para passageiros, entre Porto Campanhã, Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Valença e Vigo” e diz que “esta ligação será feita de forma faseada, dando prioridade ao troço Braga e Valença”, mas nada diz “sobre uma ou outras fases subsequentes, com vista à construção do troço entre Porto e Braga”.
Neste contexto, o parlamentar social-democrata questionou Pedro Nuno Santos no sentido de saber se, enquanto não fosse construído este segundo troço, seria utilizada a atual Linha do Minho até à Estação de Nine, em Vila Nova de Famalicão, e a partir daí o Ramal até Braga. O deputado do PSD quis igualmente saber se, em caso de resposta positiva, essa ligação seria feita já “em comboio de alta velocidade, ainda que, obviamente, com muitas restrições em termos de velocidade imprimida” ou, pelo contrário, seria utilizado o atual material circulante naquela linha.
Jorge Paulo Oliveira, perguntou, ainda, se existia “algum anteprojeto, algum esboço mais desenvolvido sobre o futuro trajeto entre Porto e Braga”, quais as freguesias e municípios que o mesmo irá atravessar e para quando era expetável a “definição do espaço canal, para efeitos da sua inserção nos planos diretores”.
As respostas de Pedro Nuno Santos revelaram que tudo está numa fase muito embrionária. O Ministro esclareceu que o Governo não estava em condições de descrever o canal que iria ser utilizado, um trabalho que ainda não começara, mas que tinha de ser feito com as autarquias “o quanto antes”. Referiu que, numa primeira fase os comboios não serão de alta velocidade (TGV), mas de velocidade alta, pelo que a ligação entre Porto-Vigo será feita nos atuais Alfas-Pendulares, usando a Linha do Minho, entre Porto-Campanhã e Nine, e daqui até Braga pelo ramal ferroviário existente.
Assim sendo, Jorge Paulo Oliveira considerou que “se recomenda ao Governo que seja contido nos seus anúncios e nas suas proclamações. As populações dispensam ilusões”.
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