A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão apresentou esta quarta-feira, dia 23, um relatório sobre os comportamentos e a saúde dos jovens, em idade escolar, do concelho. Com uma base científica, esta ferramenta servirá para o município implementar medidas preventivas, num trabalho em rede com escolas e associações.
A promoção de consultas de psicologia low-cost, um gabinete de educação sexual e campanhas relacionadas com a saúde mental, são algumas das ações propostas.

A investigação abordou cerca de 820 jovens dos 6º, 8º, 10 e 12º anos, e foi promovida pelo pelouro da Saúde do Município, em articulação com a LIPAC – Liga de Profilaxia e Ajuda Comunitária de Famalicão, e a Associação Aventura Social.
De acordo com a vereadora da Saúde do município famalicense, Sofia Fernandes, este estudo apontou os caminhos a seguir para melhorar a saúde estudantil. “Esta ferramenta vai servir de base para ser depois implementada, em rede, em todas as estruturas, nomeadamente escolas e associações que tenham como seu público alvo os jovens, e naturalmente sempre ligado à saúde”, explicou.
Para a vereadora, o objetivo é que estes projetos estejam no terreno ainda durante 2022, de modo a que, dentro de quatro anos, estejam reunidas as condições para se realizar um novo estudo.
O isolamento a que a pandemia de Covid-19 obrigou, foi um dos aspetos mais salientados durante a apresentação, visto que trouxe consequências no desenvolvimento pessoal. “O jovem a ficar fechado em casa veio trazer uma falta de socialização”, evidenciou Sofia Fernandes, acrescentando que se inverteu assim um processo na independência juvenil.
Uma opinião partilhada por Ivone Calafate, Presidente da LIPAC, que destacou o isolamento como um dos fatores mais nocivos para o desenvolvimento dos mais novos, e que é necessário explorar na área da saúde mental. “Perderam parte da sua juventude, do seu desenvolvimento, do convívio, do associativismo e da integração na comunidade”, frisou.
Face aos resultados ressaltou ainda que é notória uma melhoria no consumo de substâncias aditivas, tendo sido visível uma diminuição.
Joaquim Freitas, coordenador do estudo, salientou que os jovens famalicenses têm comportamentos idênticos à média nacional e internacional: “Não há nenhuma bandeira vermelha nem nenhum setor de especial alarme. O que existe é um conjunto importante de indicações, para que sejamos capazes de antecipar problemas, e de criar processos, programas e ações, que de forma profilática possam ajudar os jovens a não chegar ao ponto de precisarem de intervenção”.
A análise apontou para problemáticas como o stress que ainda existe nas escolas, na relação dos jovens com professores e aulas, o bullying, e a dependência das tecnologias e redes sociais em que “o tempo é muito maior do que aquele que seria saudável”.
Desta forma, a prevenção é a palavra-chave para evitar comportamentos perigosos. “Queremos garantir que os assuntos não são esquecidos, e que os dados do estudo são úteis para a realização de políticas públicas, mas também com impactos nos projetos de agrupamentos de escolas, das associações juvenis”, reforçou o responsável, concluindo: “O que queremos são jovens mais saudáveis, mais interventivos e mais capacitados para serem a mudança que queremos para o mundo”.























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