A paróquia de Arnoso Santa Maria celebrou, este fim de semana, as tradicionais Solenidades do Senhor dos Passos.
As celebrações iniciaram-se no sábado, dia 12, às 20h30, com a eucaristia, seguindo-se o concerto “Paixão do Senhor”, às 21h15, com a participação dos Arautos do Evangelho.
Já no domingo, dia 13, às 10h30, realizou-se a Eucaristia em honra do Senhor dos Passos, solenizada pelo grupo coral da paróquia, que seria na Capela do Senhor dos Passos, se a previsão não apontasse chuva, assim esta realizou-se na Igreja Paroquial da freguesia.
Às 15h00, iniciou-se as cerimónias religiosas para a Procissão dos Passos, com o Sermão do Pretório na Igreja Paroquial, a cargo do padre Manuel António Barbosa Moreira.
As cerimónias prosseguiram com a procissão, acompanhada pela Banda Marcial de Arnoso, e com vários figurados a representar os quadros bíblicos da Paixão de Cristo. De regresso à Igreja Paroquial, decorreu o Sermão do Encerramento.
Jorge Amaral, Presidente da Junta da União de Freguesias de Arnoso (Santa Maria e Santa Eulália), e Sezures, revelou satisfação pela retoma das cerimónias.
“Ter 200 figurados – na procissão – é, para nós, uma extrema alegria. Agradeço a todos os que estiveram e que participaram nesta procissão, os figurados, quem ajudou a Confraria a pegar nos andores, nas bandeiras, e na parte da manhã, ao grupo coral. É de uma enorme satisfação que as nossas romarias estejam de volta”, partilhou o autarca.
Nas últimas semanas, a União de Freguesias, tem, de forma generalizada, reatado várias tradições que fazem parte de cada localidade, mas que foram suspensas devido à pandemia Covid-19. Para Jorge Amaral, era notório que as pessoas estavam com vontade de se voltar a reunir, tanto para festas profanas como religiosas.
“Felizmente, este ano já realizamos as festividades do Santo Amaro, do São Vicente, depois numa parte mais profana o Carnaval, e agora o Senhor dos Passos”, relembrou. “Sinto-me extremamente satisfeito, feliz e também orgulhoso pela quantidade de pessoas que acorreram a qualquer um destes eventos. Nota-se que as pessoas estavam com sede de participar nos eventos, de estar em convívio porque foi muito tempo em confinamento”, completou.
Ricardo Pinto, membro da Confraria do Senhor dos Passos, partilhou a mesma opinião, revelando o anseio de regressar às tradições. “Felizmente conseguimos retomar praticamente na normalidade. É um momento importante porque é o retomar de toda a atividade que a Confraria tinha vindo a fazer até aqui”, afirmou.
Este grupo, que contou com entre 15 a 20 elementos, reativou a dinâmica destas solenidades, que começaram no passado sábado com um concerto dos Arautos do Evangelho. “Foi um magnífico espetáculo, um bom momento de concerto, oração e meditação”, caracterizou.
Relativamente à procissão, revelou que contou com perto de duas centenas de pessoas em figuração, um número que superou as expectativas. “Apesar de termos vindo de uma paragem longa penso que conseguimos superar o número de figurados que tínhamos até aqui. Deve rondar os 200 figurados, o que é muito bom”, congratulou.
Por sua vez, o sacerdote José Pedro Novais mostrou também o orgulho e a honra que sentiu ao ver o empenho de toda a comunidade para que estas cerimónias fossem realizadas. Agradeceu, à Confraria “que não deixou esmorecer esta procissão. Sempre confiou, foi-se preparando com calma para que hoje fosse possível realizar estas solenidades”.
Agradeceu ainda a obra de arte exclusivamente criada pelo artista Santiago Belacqua, que foi depois oferecida a várias entidades que participaram ou marcaram presença nas cerimónias. Para o pároco, a arte é uma parte intrínseca da fé. “A Igreja é um lugar pequeno, onde há mais arte colocada. Na música, nos tecidos, nas esculturas, pinturas. É esta comunhão. Não ficamos agarrados a um só estilo de pintura ou de escultura, mas sim a uma evolução. Temos aqui imagens barrocas, mas também um azulejo, uma obra contemporânea. A Igreja é a casa da cultura, a casa da fé”, refletiu.
Sofre o desafio endereçado a Santiago Belacqua, o próprio artista revelou que o aceitou prontamente. O seu objetivo foi dar “um bocadinho de cor ao Senhor dos Passos”, com base em azulejo.
Assistindo de perto à procissão que decorreu durante a tarde de domingo, o artista partilhou o que sentiu: “Para mim foi particularmente comovente. Foi uma celebração muito bonita, emotiva, com muita participação e pessoas ativas”.
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