Estamos pior do que no tempo da outra senhora…a derrapar no sector da Saúde… a despenharmo-nos, por falta de uma política que devolva aos cidadãos um sector nevrálgico para a vida dos portugueses, para o seu presente que possa ser de paz, de tranquilidade e que não provoque, em cada um de nós, a angústia de o SNS não ser capaz de cuidar de cada um e de todos.
Um homem de 93 anos faleceu, depois de ter estado à espera, durante 6 horas, de transferência do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures-Lisboa, para o Universitário de Santa Maria. Uma fractura numa anca, coisa pouca para os tempos que correm. Mas coisa muita para, afinal, o tal dito-cujo Hospital de Loures. E o idoso tanto esperou, cerca de 6 horas, que acabou por falecer, dentro do próprio Hospital. Por falta, nas instalações hospitalares, de cuidados médicos. Negligência, por um lado. Burocracias, por outro. Um País a fazer de conta, a olhar para o lado, a atrasar-se, a desumanizar-se, a ficar mais terceiro-mundista ou a venezualizar-se… Um País sem leme e sem timoneiros. Com aprendizes de políticos para haver políticas…
Mas vai havendo gente, como o Comandante dos Bombeiros Voluntários de Camarate, que não se cala. Dá voz a injustiças. Denúncia as fragilidades dos Serviços de Saúde e, também, os que sofrem os próprios bombeiros que aguardam horas sobre horas, nas Urgências dos Hospitais, para lhes libertem as macas das ambulâncias que transportam os doentes. Como é que isso é possível? Os Hospitais não têm macas para receber quem os procura? O paleio dos políticos enche noticiários e dá-lhes imagem. Vão para o raio que… – desculpem não escrever o resto da frase, porque sou mais correcto do que eles, os políticos.
Todos sabemos como vai o País. Mas escondemos tudo, por baixo do tapete. Mas calamo-nos, frente aos poderosos. Mas mostramos medos e não “botamos” a boca no trombone. Não temos vergonha e não apontamos o dedo ao que vai mal, de mal a pior…o que vai nú.
Os médicos recebem mal, os enfermeiros idem, os administrativos e os auxiliares aspas-aspas…
Mas há milhões para distribuir por administradores de empresas falidas, como a TAP. Mas há milhões que se desviam sem se dar por ela, como agora com as fraudes do secretário de estado da Defesa…e por aí adiante.
Mas o PS continua a ter maioria no Parlamento e a gozar na nossa cara. A promover o marketing político. A divulgar números para nos encher o olho. A vomitar propaganda por tudo quanto é lado. A máquina socialista, que já tomou conta de tudo, está imparável. O PR está aprisionado. Poderia usar, de outra e melhor forma, a sua magistratura de influência, protagonizando debates na sociedade civil. Mas não quer abanar o sistema. Continua com abraços, beijinhos e selfies e passeatas…
O País anda à deriva para a maioria. Para os políticos da mesa do poder continua a existir bússola, porque se amanham à nossa custa.
A vida não tem preço, mas para uma boa parte dos governantes e os que lhes amparam o caminho tortuoso das politiquices… a vida dos mais velhos já não interessa. O que interessa são os tachos, os lugares…em Lisboa, onde tudo acontece e há biliões para derreter, fora do que deveria importar: saúde, segurança, justiça, educação-ensino, políticas sociais e vigilância do nosso território…
Texto: António Barreiros



















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