“A invasão russa ao território ucraniano desencadeou uma série de eventos, que podem alterar, radicalmente, a política mundial.
Nós vivemos, desde o fim da guerra fria, num mundo unido, apesar das guerras nunca terem cessado, a fome não ter, de forma alguma, sido erradicada, politicamente parecia estarmos a entrar no rumo certo.
No entanto, esta “união” tinha os Estados Unidos e a União Europeia como centros, algo que nas últimas décadas desagradou a Rússia e a China.
Estas superpotências sentiram-se isoladas e descentralizadas do poder mundial.
Nas últimas décadas, devido a um crescimento económico nunca antes visto, a China começou a obter cada vez mais influência mundial à escala económica, mas nunca conseguiu a influência política que pretendia.
Historicamente, as dinastias chinesas preferiam manter-se isoladas e distantes do resto do mundo, após a revolução comunista Mao Dezong, manteve relações próximas com a União Soviética tendo participado na Guerra Fria na Coreia e nos últimos anos de Mao, este procurou o domínio ideológico na zona, após a morte do primeiro governador na Republica Popular Chinesa, Deng Xiaoping sucessor de Mao adotou uma politica de abertura ao mundo mas manteve um perfil baixo, seguindo o lema “esconder o talento e esperar o tempo”.
Segundo Xi Jinping, o tempo, para a China, chegou.
A Rússia, por sua vez, apesar da força militar e capacidades bélicas, vinha a perder cada vez mais influência política à escala mundial, após a queda da União Soviética.
Com esta invasão, Vladimir Putin, está a dividir o mundo.
Apesar do apoio chinês e iraniano e da condenação, praticamente, unânime do mundo ocidental face à agressão russa não ter sido algo inesperado, o aparente apoio indiano e paquistanês a Putin, foi.
A China e a Rússia, sozinhas, não conseguiram fazer frente ao Mundo Ocidental, em termos económicos e de poderio político, mas com o Irão, Índia e Paquistão, a ideia de um bloco poder “enfrentar” o mundo ocidental torna-se realidade.
A ofensiva russa não está apenas a demarcar novas fronteiras no território ucraniano, mas também no resto do mundo.
Uma possível guerra fria entre o mundo ocidental e o bloco que se está a formar no oriente pode ter impactos históricos nas sociedades dos próximos séculos.
A Rússia pode perder a batalha na Ucrânia mas ganhar a guerra à escala mundial.”
Nuno Santos Ferreira
Estudante Universitário
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