Mais de meio século depois, os painéis de azulejos que revestem o exterior da Fundação Cupertino de Miranda (FCM), os maiores da Europa, ganharam uma nova vida.
“Num curto espaço de tempo, eu, que nunca tinha feito cerâmica, apanho dois trabalhos icónicos nesta área – o edifício da FCM, aqui em Famalicão, e o do Jornal de Notícias, no Porto. Foi uma responsabilidade terrível”, lembrou João Charters de Almeida, artista plástico, presente na sessão pública, no dia 12, mostrou-se “muito emocionado” com o trabalho de recuperação realizado nos mais de 50 mil azulejos e recordou o convite lançado na época para a sua conceção.
A obra-prima, que atualmente é um dos ex-libris da cidade de Vila Nova de Famalicão e da região, recuperou o esplendor e a frescura de outros tempos, graças a um trabalho de restauro “minucioso e complexo” que permitiu recuperar 97% dos azulejos originais.
“O trabalho que aqui foi realizado é um bom exemplo de recuperação e preservação do património”, enalteceu o presidente da Câmara Municipal, reconhecendo o enorme contributo da Fundação Cupertino de Miranda, para o dinamismo cultural do município famalicense. Mário Passos salientou a importância do restauro dos azulejos que revestem o exterior da FCM, apontados pelo edil como um dos melhores cartões-de-visita do concelho.
Pedro Álvares Ribeiro, presidente C. A. FCM, agradeceu o envolvimento da sociedade famalicense neste processo. “A reabilitação mobilizou cerca de 5 mil cidadãos, empresas e instituições, entre elas a Câmara Municipal, que contribuíram de forma decisiva para o financiamento desta intervenção”.
O movimento “Azulejos com Memória”, lançado pela FCM permitiu que todos deixassem a sua marca e contribuíssem para a preservação da memória e história dos azulejos de Charters de Almeida. “A campanha mostrou como se pode envolver toda uma cidade na recuperação do património”, concluiu Pedro Álvares Ribeiro.
Para a realização da intervenção, a Fundação Cupertino de Miranda contou com uma empresa especializada, neste tipo de restauro, e com o apoio científico do Instituto Politécnico de Tomar/Universidade de Aveiro.
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