A investigadora do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS), da Universidade de Coimbra, Cláudia Cunha, faz parte da equipa de cientistas internacional que extraiu ADN de um esqueleto com dez mil anos de idade.
A Nature Ecology & Evolution publicou os resultados onde Luzio (como é conhecido o esqueleto) é “um antepassado das populações nativas americanas atuais e que, portanto, a hipótese de que os primeiros brasileiros pertenceriam a uma população distinta estava equivocada”, pode ler-se num comunicado enviado à imprensa pela universidade.
No mesmo, a investigadora informa que o estudo incluí “o maior conjunto de dados genomas antigos do Brasil para demonstrar que as comunidades costeiras da Antiguidade Ameríndia (Sambaquis) não representam uma população geneticamente homogénea”, sendo que os construtores de sambaquis apresentaram diferenças genéticas significativas, possivelmente devido a contactos regionais com grupos do interior.
Ao longo de sete mil anos, as relíquias culturais, conhecidas como sambaquis, “foram utilizados por antigas populações como moradias, cemitérios, demarcação territorial, estando entre os fenómenos arqueológicos mais fascinantes da América do Sul pré-colonial”, explica Tiago Ferraz, primeiro autor do estudo e especialista no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, no Brasil.
“Extrair o ADN do esqueleto de Luzio era uma peça central que faltava para se desvendarem as origens dos primeiros americanos” asseguraram os cientistas envolvidos, destacando que “os resultados obtidos mostram de forma clara que não existiu no passado uma população humana diferente na América, como se acreditou por décadas”.
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