Recuperar materiais ligados à indústria eletróncia é o objetivo de um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra.
Segundo um comunicado enviado à nossa redação, a investigação decorre no âmbito da Agenda Microeletrónica do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que prevê um financiamento de 30 milhões de euros.
“A ideia é encontrar um processo combinado, químico e biológico, para a recuperação de metais críticos e de alto valor a partir de resíduos elétricos e eletrónicos de computador”, explica Paula Morais, docente da FCTUC e investigadora no Laboratório de Microbiologia do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE).
Na União Europeia são acumulados cerca de 10 milhões de resíduos sólidos de lixo eletrónico, que destes apenas são reciclados, apenas, 15 a 20%.
“Para a criação deste processo, a metodologia aplicada terá por base um estudo de diagnóstico inicial para identificar e mapear o ecossistema português do setor da Microeletrónica e, posteriormente, o foco da investigação na FCTUC serão os processos microbiológicos e químicos de reciclagem de metais preciosos”, revela a investigadora.
O projeto iniciou em janeiro de 2023 e, neste momento, o consórcio envolve 17 entidades, encontra-se, ainda, a trabalhar na clarificação dos fluxos de resíduos e na caracterização dos materiais que serão utilizados para criar este novo processo, bem como a definir a estratégia integrada entre os parceiros da FCTUC para fazer esta recuperação de metais – Pode ler-se.
Assim, “serão desenvolvidos processos de bio-lixiviação, a partir de resíduos gerados por parceiros industriais no projeto, bem como de bioacumulação seletiva de metais após tratamento químico dos resíduos. O sistema de recuperação de metais por ser misto (químico-biológico) é extremamente inovador”, assegura o grupo de Microbiologia. “Entre os materiais que se pretendem recuperar destacam-se os metais valiosos como ouro, platina e prata, e os metais críticos índio e gálio, a partir de computadores e equipamentos de telecomunicações em fim de vida”.
Para além do CEMMPRE, estão envolvidos nesta Agenda, o Centro de Física da Universidade de Coimbra (CFisUC), e também, o Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) – conclui a nota.
Comentários sobre o post