“É urgente e imperioso que, neste momento tão dramático e excepcional, o Governo aceite, de uma vez por todas, agilizar um plano extraordinário e específico de apoio à fileira do vinho”, começa por alertar, em comunicado, a ANCEVE – Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas.
Na mesma nota, alerta que são inúmeros os pequenos e médios produtores que estão à beira da falência, devido ao aumento continuado dos preços das matérias primas, materiais de engarrafamento ou transportes.
Desta forma, no mês de agosto, aquela associação solicitou ao Governo “apoio à tesouraria, sem juros, para que Adegas Cooperativas e compradores de uva possam pagar aos vitivinicultores as uvas logo após a vindima e devolver o apoio ao longo de 2023”; a implementação de um reforço do apoio aos combustíveis, cujo preço “disparou”; o apoio ao investimento em barricas / tonéis de madeira para estágio de vinho; apoio para “stockagem” de garrafas de vidro, dada a escassez no mercado e aumento dos preços; e, por fim, medidas/programas de promoção de vinho para pequenas / médias empresas.
“O preço dos combustíveis disparou. O gasóleo agrícola, um produto tão sensível para o agroalimentar, subiu exponencialmente. Não faz sentido que o Estado cobre tantos impostos nesta área”, pode ler-se na nota enviada à imprensa.
Sobre estes aumentos, a Associação avança que os adubos e outros materiais agrícolas essenciais “subiram para mais do dobro”, tal como a eletricidade que “subiu de forma brutal”. As caixas de cartão sofreram um aumento na ordem dos 125%, de €400,00 para mais de €900,00 o milheiro. Por sua vez, as garrafas subiram quatro vezes este ano, de €0,18 em 2021 para €0,27 em 2022.
As subidas de preços aplicam-se em vários outros materiais, nomeadamente em rótulos, que subiram 50%; as rolhas 20% e as cápsulas 30%.
Para piorar a situação, adianta a ANCEVE, “todos os fornecedores debitam agora aos produtores o transporte dos materiais, que antes estava incluído nos preços”. Por sua vez, passaram a exigir aos pequenos e médios produtores “o pagamento contraentrega, não concedendo prazos, como antes acontecia”. E avança com exemplos: o custo de envio de uma palete de vinho de Lisboa para o Algarve era de €35,00 e agora está nos €65,00. Acresce que são debitadas ao produtor taxas-extra de combustível, que antes não existiam, tal como é salientado.
Desta forma, a ANCEVE solicitou que o Governo aceitasse “agilizar um plano extraordinário de apoio à fileira do vinho, um sector que leva longe o nome de Portugal, mas está a ficar estrangulado pelo aumento brutal dos custos”.
A Associação relembra que, tal como tem vindo a ser noticiado, as exportações nacionais de vinho baixaram 0,85% no mês de Julho, para um total de 82 milhões de Euros. No acumulado dos primeiros sete meses do ano, o sector regista uma quebra de 1,34%, para quase 514 milhões de Euros. São 6,9 milhões de Euros a menos do que em 2021.
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