O anúncio dos resultados finais, das últimas eleições presidenciais e, também, para os cargos de Governadores de Províncias, realizadas a 9 de Outubro pretérito – esteve para ser a 16 deste mês – vai ter lugar, pelo menos do que já foi dito, na próxima 2ª feira, dia 23. Trata-se de um esperado anúncio que, e por via do que vai trazer, quanto a números de votos e de eleitos e, ainda, a respeito da figura vencedora para a função de Chefe de Estado e do partido vencedor, pode acarretar a Paz que tanto se anseia ou mais conflitos e incertezas. Hoje, em Nova Iorque, a Ministra dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Verónica Macamo, avista-se com o Secretário-Geral da ONU, o português A. Guterres. O tema vai ser a atualidade nesse País de expressão oficial portuguesa, nomeadamente as confusões que se estão a viver e. também, a divulgação dos números eleitorais.
A próxima 2ª feira, dia 23, poderá ser o início de uma caminhada, a do povo moçambicano, perigosa. Má escolha, porquanto se trata da antevéspera de Natal. No País comemora-se o Dia da Família. Portanto, uma péssima data para se divulgarem resultados que podem trazer desavenças, azedumes e conflitos.
Digo perigosa, em razão das palavras já proferidas pelo principal opositor Venâncio Mondlane. Ele veio dizer, transcrevo: “Se tivermos verdade eleitoral vamos para a paz, se tivermos mentira eleitoral vamos [a proclamação dos resultados] levar o país a cair para o caos”. Esta forma de abordar os temas quentes de Moçambique, mesmo os que podem ser o pomo da discórdia, ou seja, os que facultam os resultados eleitorais, é não só infantil mas é, também, de grande falta de responsabilidade.
É evidente que não se pode aceitar a viciação de números, principalmente de “contas” eleitorais, porque não promovem a verdade político-partidária e acabam por dinamizar a mentira, a palavra mais usada e gasta pela FRELIMO, pela maioria dos seus militantes, governantes e simpatizante. Essa palavra é a que mais tem inquinado a vida do País e do Povo, afogando, vai para mais de 45 anos, toda a ação Institucional e a grande parte dos seus servidores numa trama, numa novela, numa historieta, em jogadas, em negociatas e em todo o tipo de folhetins pessoais e políticos que fazem com que a Nação seja a 6ª mais pobre do Mundo…
Vi, ontem, um vídeo que mostrava a destruição de uma escola com o nome do atual PR. É vandalismo, é falta de civismos e, mais grave, é a inexistência de Cidadania, porque edifícios e todos os bens do Estado (Governo) são dos moçambicanos.
V. Mondlane, que – volto a recordar – não está em Moçambique, estando acoitado num País nórdico, perdeu a razão para convocar manifestações, porque não se posiciona ao lado do seu povo. Ao menos diria – o Presidente do Município de Quelimane pediu a todos os zambezianos para não usarem formas de arruaceiros para com bens públicos – aos moçambicanos para se saberem manifestar, o que lhes valeria um olhar mais atento e benevolente de Entidades e Instituições Internacionais.
A mesma figura, que se alia a uma seita religiosa, vai ser, como outras que conhecemos, que deram as mãos a religiões pouco transparentes, dadas a milagres e que tiram partido da iliteracia do povo, um falso messias…
Os moçambicanos não devem ser o motivo de o poder cair nas ruas, porque, e geralmente, esse indício é o princípio do fim e, possivelmente, o rastilho para uma guerra civil.
Na minha óptica – penso que não estarei errado – e face a tudo o que tem acontecido, seria mais racional e lógico formar-se um Governo, por 2 anos, de Salvação Nacional.
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