Baptizaria a Mãe, como a Senhora dos Amores, em que, nesta data, assinalamos a sua presença constante e adorada. O que me convoca para a evocar é o significado paternal, familiar, humano e social que a MÃE simboliza.
Concedeu-nos a alcofa primeira, durante 9 meses. Deu-nos à luz, gemendo. Com os mais dedicados afectos soube resguardar-nos, nos primeiros meses e anos, de qualquer investida. Estafou-se em horas, dias e noites, junto de nós, para nos embalar, dar de mamar, lavar e nos envolver no seu manto de amor. Depois, ensinou-nos os primeiros passos e foi-nos olhando com a ternura e a dose certa de amparo.
Mais tarde, começou a educar-nos para a vida, dando-nos noções do bem e do mal, mostrando-nos caminhos.
Uma vez ou outra, com o amor que só as mães sabem ter, corrigiu, castigou, motivou, encorajou e deixou, a cada um de nós, no nosso papel de filhos, palavras de estímulo e de coragem para nos fazermos à vida. Para sermos nós e para não nos arredarmos dos princípios que devemos transportar no nosso plano humano.
Mãe, a guardiã do nosso templo, é aquela que deu tudo para nos fazermos à vida, para sermos felizes, para nos sentirmos obreiros da construção de uma sociedade mais digna e justa. A minha e a vossa também, estou certo, foi desse jeito e desse modo. Disse-me sempre para aceitar e tolerar os outros; para compreender e dialogar com os outros; para partilhar tudo; para não sacudir e ajuizar os outros; e para amar todos os que viajassem comigo. Disse-me, em resumo, para estar ao serviço do próximo. Disse-vos tudo isso, estou em crer.
Tenho a certeza que, e cada filho, comunga dessa vanguarda de vida. Cada mãe, a tua, a vossa e a deles, orgulha-se da vossa prestação de filhos.
Nesta data festiva saudemos as mães vivas, oferendo-lhe a mais estimada prenda, um afecto e um cesto de beijos. Neste dia comemorativo, lembremos as que já partiram, buscando as melhores memórias, as que guardamos, de cada uma delas. Viver é, também, recordar. Feliz Dia da Mãe.
António Barreiros
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