Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Vila Nova de Famalicão. Sessão solene extraordinária da Assembleia Municipal comemorativa do 25 de Abril.
Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão,
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão,
Senhores Vereadores,
Senhores Deputados Municipais e Senhores Presidentes das Juntas de Freguesia,
Caros Concidadãos,
Quarenta e sete anos depois, em plena pandemia, podemos confirmar, todos, a importância fundamental de
uma das maiores conquistas de Abril: o Serviço Nacional de Saúde.
Essencial para a vida e a dignidade de cada português, o acesso universal aos cuidados de saúde é um direito
constitucional só possível pelo 25 de Abril concretizado pelo Serviço Nacional de Saúde, cuja criação, por
António Arnaut, o PS muito se orgulha.
É um Serviço Público onde milhares de médicos e enfermeiros, como eu, técnicos de diagnóstico, pessoal
auxiliar e tantos, tantos outros profissionais, exercendo a sua atividade longe da ribalta política e dos
holofotes mediáticos assumiram riscos e ficaram afastados das famílias para que todos nós, enquanto
comunidade, conseguíssemos enfrentar a pandemia sem ter de suspender a vida.
Neste 25 de Abril impõe-se, por isso, uma palavra de reconhecimento a todos os profissionais de saúde que
asseguraram, e continuam a assegurar aos famalicenses em contexto tão exigente, os cuidados de saúde a
que têm direito.
A todos eles, sem exceção, expresso a gratidão do Partido Socialista, um sentimento que, estou certo, é o da
maioria dos famalicenses.
O que têm feito e continuam diariamente a fazer é uma forma nobre de festejar a Liberdade e de defender
o Estado Social que o 25 de Abril tornou possível. Muito Obrigado!
Abril constrói-se todos os dias.
E constrói-se com opções políticas claras visando o bem comum da sociedade e não o interesse particular
deste ou daquele cidadão ou de um ou outro grupo de interesses.
Mas, evocar o 25 de Abril e o Movimento dos Capitães que nos abriu as portas da Liberdade e da Democracia,
não é apenas contemplar os avanços conseguidos ou referir as transformações concretizadas, como na
Saúde.
Abril é mais. Abril é sobretudo o momento para concentrarmos energias e nos focarmos na Dignidade
Humana.
Dignidade Humana construída em pilares que garantam a todos os cidadãos as condições de vida para além
do mínimo de sobrevivência e que permitam e potenciem a realização pessoal de cada um, com as nossas
diferenças e interdependências, numa sociedade baseada na inclusão, na tolerância e na cooperação
intergeracional.
A Revolução dos Cravos fez-se à custa das convicções e da coragem dos Capitães do MFA.
Fez-se sem derramamento de sangue.
Mas foi, desde cedo, o início de um processo de grandes transformações sociais, políticas e culturais.
Nunca estará acabada. Estará sempre em permanente construção.
Abril não se fez, nem está feito.
Abril faz-se, e faz-se todos os dias!
Abril, representado nos cravos, é um farol que nos aponta o caminho a seguir, que identifica as fronteiras da
nossa atuação, onde a ação diária (seja individual ou coletiva) deve contribuir para a construção de uma
sociedade justa, humanista, criadora, diversificada, que a todos dê oportunidades baseada no conhecimento
e promotora da felicidade!
Sim, uma sociedade feita de pessoas felizes e com um propósito: um Portugal cada vez mais desenvolvido e
aberto ao conhecimento e ao mundo.
Estimados Famalicenses,
Cabe a cada um de nós, cidadãos comuns e democratas de todos os partidos garantir que abril não se
desvanece.
Cabe a cada um de nós, que aqui estamos, impedir que demagogos e grupos de interesses inconfessáveis
romantizem aquele que foi um tempo de trevas, de fome, de crueldade, de ignorância, de miséria e de
exploração.
NÃO!
Apelo aqui, a todos os democratas famalicenses, que digam: NÃO!
Não podemos deixar que se construam efabulações saudosistas de um tempo onde a saúde era um luxo, a
maioria das casas abrigava miséria, havia fome e desprezo pelos pobres, guerra, analfabetismo e falta de
proteção social.
Um tempo marcado pela tristeza acabrunhada de um povo vigiado pela polícia política e sem acesso fácil à
cultura.
Contam-nos umas estórias e há, infelizmente, quem acredite.
Como se toda esta realidade vivida e sofrida por tantos famalicenses nunca tivesse existido.
Não é verdade. A PIDE não foi ficção!
Portugal viveu em ditadura durante 48 anos e milhares de portugueses, antes de nós, pagaram com a vida a
Liberdade de que hoje usufruímos.
Mas isso não basta!
Não basta evitar a repetição do passado.
É necessário encarar o futuro da nossa comunidade com visão e ambição.
É necessário entender os sentimentos e anseios dos nossos concidadãos e definir um novo caminho.
Um caminho de inclusão, de progresso e desenvolvimento, trilhado de acordo com as expectativas dos
Famalicenses para o período pós-pandemia, onde todos se sintam parte integrante do concelho.
Num concelho que não funcione a duas velocidades
Num concelho de todos e para todos!
É este o único caminho capaz de agregar os Famalicenses e de responder às grandes questões emergentes
da nossa comunidade – na saúde e não só.
Porque muito está por fazer no concelho de Famalicão e, se a cidade justifica os investimentos tardios para
eleitor ver que estão em curso, ou aqueles que hoje mesmo serão inaugurados, também as vilas de Ribeirão,
de Joane e Riba de Ave merecem mais do que aquilo que esta Câmara lhes tem proporcionado.
O mesmo se passa, aliás, com a larga maioria das freguesias do nosso concelho.
Tudo porque a Câmara se tornou numa espécie de enorme escritório de uma empresa de trabalho
temporário em que já poucos técnicos saem para o terreno para contactar com a realidade e ajudar a resolver
os problemas concretos dos Famalicenses.
De que adianta ter um Mercado Municipal renovado, onde se gastaram milhões, se uma concidadã nossa de
Ribeirão, por exemplo, demora duas horas em transportes públicos para, na quarta-feira, poder vir comprar
umas novidades do lavrador cá da terra?
O nosso caminho é outro, bem diferente.
Porque temos uma visão completa e integrada para o concelho que procura responder aos problemas reais
dos Famalicenses.
Um caminho que, reconhecemos, abril nos ajuda diariamente a percorrer.
Um caminho onde as respostas aos anseios económicos, sociais e culturais dos Famalicenses estão presentes.
Um caminho com habitação digna e qualidade de vida, com emprego e uma força de trabalho capacitada
para vencer no mundo digital, com mais proteção social, com educação garantida desde o pré-escolar e mais
empresas comprometidas com as tecnologias verdes e amigas do ambiente.
Um caminho que permita a Famalicão continuar a atrair famílias e investimento produtivo ambientalmente
responsável, para que possamos, como comunidade, enfrentar os desafios da demografia.
Senhores Presidentes da Assembleia e da Câmara Municipal,
Minhas Senhoras e Senhores,
Em ano de eleições autárquicas, que cada força política esteja à altura do legado do bravos Capitães de Abril
e opte pela pedagogia democrática para mobilizar o eleitorado famalicense.
Que abril perdure.
Que façamos abril acontecer todos os dias.
Viva o 25 de Abril!
Viva a Liberdade!
Viva Vila Nova de Famalicão!
Viva Portugal
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