“Os resíduos mineiros de carvão em autocombustão representam um impacte negativo para o meio ambiente devido à produção de drenagem ácida que, como consequência, pode afetar os solos e os ecossistemas da área envolvente” – é a conclusão de um estudo da Universidade de Coimbra, em cooperação com a Universidade do Porto.
A autora do estudo, Joana Ribeiro, que é professora do Departamento de Ciências da Terra, da Universidade de Coimbra explica: “o impacte mais significativo poderá estar relacionado com as emissões de compostos orgânicos voláteis durante a combustão. Foram detetadas substâncias, nomeadamente hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e outros compostos orgânicos, que são emitidas para a atmosfera e que são prejudiciais para a saúde humana. Esta situação pode ser particularmente preocupante quando as escombreiras em autocombustão se encontram perto de áreas habitadas”.
A professora dá ainda exemplo de uma escombreira em São Pedro da Cova, Gondomar, que está em processo de autocombustão há quase 20 anos, contaminando a atmosfera devido à emissão de compostos orgânicos voláteis, para o meio envolvente devido à drenagem ácida. Em 2017 surgiram mais duas, devido aos incêndios, mas a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) implementou um projeto de reabilitação que permitiu a extinção da combustão.
Assim, Joana Ribeiro considera “muito importante fazer uma inventariação das escombreiras de carvão que existem em Portugal, das respetivas características e condições de deposição, assim como da situação em relação ao enquadramento em zonas florestais. Desta forma, o risco de ignição e consequente autocombustão de escombreiras de carvão poderia ser minimizado através da gestão florestal e territorial adequada”, conclui.
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