A febre dos vídeos-jogos mobiliza a malta jovem.
Os jovens sentam-se, envolvem-se com os teclados e os écrans, abraçam os computadores e entregam-se, de beiço feito, aos vídeos-jogos.
Eles puxam pelos seus mais aguçados sensores humanos exaltando e em êxtase. Dos pés ao cocuruto da cabeça…vibra o corpo, remexido como se tivesse sido atravessado por uma descarga eléctrica. Os mais novos falam com paixão da coisa que, virtualmente, lhes dá prazer sem atingirem o gozo que lhes atravesse o corpo. Um orgasmo perante cada jogo?
Falam com gente à distância, mas não falam com os de ao pé da porta. Talvez sigam o provérbio: “santos da casa não fazem milagres…”. Mas a missa virtual desta juventude são os mais variados jogos, dos jogos de futebol a outras modalidades, até aos que metem armas de morte que mostram as capacidades dos mais aptos a carregar no botão da consola…
Decorreu recentemente, em Famalicão uma Feira de Vídeo-Jogos. As entrevistas que este Canal, o nosso, realizou… mostram uma cachopada que enterrou a cabeça nos écrans e se eclipsou, como o sol ou a lua, nas entranhas desse universo…que não os deixa respirar, pensar, olhar, beijar, abraçar e dialogar. Com discursos sincopados e esteriótipados… sem sumo, os jogadores jovens mergulham nesse mundo de sub-mundos. A malta mostra-se vidrada pelos jogos virtuais. Estão viciados, como quem snifa uma maconha ou um pó branco da melhor droga que infesta sombreados malhados das nossas terras… No catálogo de material, de toda a espécie, que se exibe nas páginas da net, os jovens procuram, para comprar, de 400 a mais de 1.500 euros, a mais sofisticada arma ou outro apêndice que lhe permita alcançar o top de lugares de torneios locais ou internacionais, com multidões a assistir.
Sabemos dos que, pela mais original entrega ou já apoderados pela doença dos vídeos-jogos, vivam, dia e noite, no seu quarto; não se vistam, não se lavem e mal tenham tempo para comer. Embebedados com os cenários que dominam e que os escravizam, os vídeo-jogos são a sua vida. Chegam a ter namorada ou namorado, mas longe da vista…fora do coração.
Virtualizando a vida, a deles, vivem num Mundo de fantasia. O Mundo será caminhante para esta confusão? São horizontes apertados e desumanizados. Mas a vida gira, a tua, a vossa e a minha, longe da febre de uma qualquer noite de sábado, domingo ou de outro dia semanal. Não há horas…haja tempo. Sem regras e fora do radar dos pais, muitos dos nossos mais novos já só têm vida para os vídeo-jogos. São os Jogos da Vida estampados nos vídeo-jogos que manipulam a nossa rapaziada? Bem comparado será a febre de todos os dias, á noite…a pairar sobre cada um dos vídeo-dependentes?
Comentários sobre o post