Uma comunicação social que cumpre com a sua função é a que, com rigor, sabe noticiar, deixando adjectivos de lado; é a que investiga para informar; é a que reporta para mostrar; e é a que comenta ou opina para que a sua marca possa repercutir-se na sociedade, facilitando a reflexão de cada um e de todos nós.
Vem isto a propósito do pedido de demissão do próprio Director Executivo do SNS que esteve lá 7 meses e nem sequer aqueceu o lugar.
Mas, e sobre esse assunto, permitam-me que adiante mais: a liberdade de informar, a que permite aos jornalistas investigar e pesquisar situações e casos que se apresentam como lesivos do Estado, portanto, de todos nós, é o melhor meio de se concretizar a Democracia, de a política e da acção governativa ser transparente, assim como se avaliar a prestação dos eleitos, dos serviço e dos nomeados para cargos da administração pública.
É o escrutínio da vida pública que, e como sabemos, muitos não gostam que seja feito, especialmente pela comunicação social. Algumas vezes, com artes e manhas, conseguem calar os jornalistas, os que se amedrontam ou os que devem favores às Instituições ou aos seus responsáveis.
O ex-Director Executivo do SNS, o que pediu escusa do cargo, veio defender-se. Está no seu direito. A SIC, o Órgão de Comunicação Social que levantou o problema, diz que ele terá recebido mais de 200 mil euros com a acumulação de funções incompatíveis durante mais de dois anos. Essa mesma estação televisiva mais disse, revelando que esse ex-responsável foi, simultaneamente (e cito): “director do INEM do Norte, e médico tarefeiro nas urgências hospitalares de Faro e Portimão, no Algarve”. E acrescenta que embora a lei declare que tal situação é incompatível, esse director executivo do SNS terá conseguido (cito de novo): “uma autorização sob a garantia de que não iria receber vencimento” (citei).. Mas documentos consultados, conforme foi avançado pela SIC, indicam que ele recebeu mais de 200 mil euros por esses turnos, no qual a hora de trabalho era paga a 50 euros”. E mais anota, a SIC. Que os contractos terão, alegadamente, sido efectuados com uma empresa criada por esse ex-dirigente com a sua mulher, da qual seria gerente”.
Ainda bem que vai existido um jornalismo sério, que sabe investigar, conseguindo descortinar temas sem algumas das amarras políticas e de outros poderes que tentam castrar a liberdade de imprensa. Vai andando por aí um ou outro cidadão, como este ex-director, que sob pretextos sem fundamento, se agarra a tudo para obter o silêncio dos Órgãos de Comunicação Social. Os jornalistas que trazem a lume muitas destas irregularidades são, muitas vezes, alvo de pedradas e de atoardas, porque aos prevaricadores do Estado de Direito não lhes convêm que se saiba das suas malabarices políticas, pessoais e de negócios…
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