Este domingo, primeiro de Maio, é Dia do Trabalhador. Pós democracia, até hoje, regista-se, entre nós, uma elevada taxa de abandono da lista dos sindicatos. O panorama espraia-se Europa fora.
Cá dentro, a multiplicação de sindicatos, está à vista. Segundo estudos, devemos ter cerca de 300. Na polícia a imagem é caricata. São mais do que uma arroba, em número do que representa esse valor-peso. E pasme-se: 3 deles têm mais dirigentes que sócios. E ainda: cada dirigente, tem direito a 4 folgas/mês para dar ao sindicato. Com a vossa licença deixem-me desabafar, em bom português: são mais que as mães.
Os sindicatos têm vindo a perder sócios. Em 1978, 60,8% dos trabalhadores eram sindicalizados; em 2016, pós 36 anos, caiu para 15,3%. Não temos números recentes. E, para reflectir: representam uma minoria de mulheres e de jovens. O tempo é outro. Decerto que é. Mas o sindicalismo “made in Portugal”, como de resto o País, está a precisar de reformas, em larga escala. Teimosamente, tardam.
Gostava de dizer que seria oportuno, aos sindicatos, aplicarem uma política social, dentro das suas próprias paredes. Ficava-lhes bem. Reencaminhariam para Fundos de Pensões ou outros, uma fatia dos descontos do sindicalizado, a qual se destinaria a almofadar o seu futuro, ou seja, a melhorar a reforma. Os Sindicatos não devem ser, só e apenas, caixas de ressonância das reivindicações dos seus representados. Podem ser uma caixa de poupança para a velhice dos trabalhadores. O Sindicalismo português tem, também, de se repensar para responder aos desafios da 4.a Revolução Industrial. Tem de se preparar para a inclusão dos robots, a força laboral do futuro. E tem de se reposicionar no tabuleiro do tecido produtivo. Nesta data, deixamos uma saudação a todos os Trabalhadores, os artífices da riqueza e os fazedores do desenvolvimento nacional. Bem-Hajam pelo esforço diário…
António Barreiros
Comentários sobre o post