O colectivo “Vida Justa” foi a correia mobilizadora da manifestação na tarde de sábado em Lisboa. Quis mostrar-se na rua contra a morte de um cidadão.
A palavra “colectivo” tem um cunho revolucionário. Portugal não precisa de revoluções. Precisa de ajustes. Precisa de apaziguamento. Precisa de refletir. Precisa de políticas sérias e justas.
“Colectivos” são forças que se constituíram, como se sabe, na revolução chavista e de Maduro. São formados por ex-reclusos que, nas ruas, sem dó nem piedade, matam, roubam e esfolam os que estão contra o regime da Venezuela.
Mas e se isso me revolta, também não me identifico com o Chega que, com discursos de divisionismo e popularuchos, se pretende aproveitar de um caso que está, ainda, em averiguações, apesar de, como sempre, se ter violado o segredo de justiça. Ora, isso inquina a nobreza e a independência que um problema como o que aconteceu, entre dois polícias e um cidadão, para apuramento de responsabilidades, de um lado ou de outro… deve merecer.
As achas, para a fogueira, de um lado e de outro, nunca deviam ter sido acesas, por este tempo, nem por esse “colectivo” nem pelo Chega.
O tempo tem de ser de acalmia, de luto e de bom senso.
Uma sociedade adulta, credita-se pela forma como se manifesta, a devido tempo e no preciso tempo. Uma manifestação que pretende honrar quem morre deve ter o silêncio como “palavra de ordem”. Um País que vem para a rua, a destempo, não está bem, está dividido, está submerso por interesses pessoais, partidários e de grupos. Um País pode e deve manifestar-se, mas no modo e no espaço devido…
Fico-me por aqui, porque não me deixo levar nem pela particular representação esquerdista de uns, nem pela paixão descoordenada e mal parida de outros, de uma direita sem alinho e com desvalorizado aprumo…
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