Foi uma noite negra para o CDS-PP. Ao fim de quase cinco décadas, o partido está, pela primeira vez, fora do Parlamento. A preocupação e instabilidade estão instauradas, visto que nos próximos quatro anos, a Assembleia da República não terá lugar para o CDS-PP, cujos cinco deputados centristas eleitos em 2019 desaparecem, assim, da sala de audiências parlamentares. Na consequência dos resultados negativos, Francisco Rodrigues dos Santos assumiu a responsabilidade dos resultados e demitiu-se de presidente do partido.
“Foi uma noite de grandes surpresas”, começou por salientar Ricardo Mendes, Presidente da Concelhia de Vila Nova de Famalicão, face aos resultados obtidos para o CDS-PP. A maior surpresa foi, como destacou, a maioria absoluta alcançada pelo Partido Socialista.
Caracterizou este como “o pior resultado da história”, mas afirmou que o partido “não terminou, nem terminará”.
“É um partido que está em dois Governos, quer na Madeira, quer nos Açores, tem representação em mais de 50 autarquias com Vereadores eleitos, tem 6 Câmaras próprias, portanto tem estrutura em quase todo o país”, relembrou, acrescentando que agora “não é tempo de reconstruir. É tempo de construir”.
Ricardo Mendes afirmou ainda que faltou «senso comum»: “Se analisarmos o período pré-eleitoral, o CDS-PP esteve parado a aguardar uma estratégia que tinha sido desenhada pelo Presidente do partido, que assentava numa coligação e que podia ter dado outros frutos. Se fosse só aritmética, podia eventualmente ter retirado essa maioria absoluta ao PS, mas esta foi a estratégia e de facto, a Direção nacional do CDS-PP pôs-se a jeito”.
Agora é tempo de reflexão que se deve estender a toda a direita, e não só ao CDS-PP. “Se repararmos nós temos um só partido na esquerda, concretamente na esquerda democrática, que tem mais mandatos do que toda a direita junta”, relembrou.
Face à demissão de Francisco Rodrigues dos Santos, acredita que Nuno Melo pode ser novamente um candidato à presidência do partido. “É minha convicção que esse candidato manterá a motivação necessária, mas tem que se avaliar as condições em que o partido está e, com seriedade e bom senso, para que não seja só manter um partido. Seja manter um partido com condições de ser útil à sociedade portuguesa”, concluiu.
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