No dia em que Camilo Castelo Branco faria 197 anos, dia 16 de março, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão inaugurou as obras de reconstrução da quinta e Casa dos Caseiros da Casa de Camilo, em Seide. Fica, assim, completa a obra na Casa-Museu, que contou com um investimento municipal de 330 mil euros.
Esta intervenção permitiu criar duas novas valências: uma sala para serviços educativos e uma cozinha para confecionar refeições da gastronomia camiliana. Além do restauro da Casa dos Caseiros, a obra implicou ainda a criação de um sequeiro e logradouro, para desenvolvimento de atividades. Este espaço consolida-se, assim, como um ponto de atração turístico e que enriquece a cultura literária.
“É um ganho histórico e patrimonial importante, para que Seide seja cada vez mais uma referência também no âmbito turístico-cultural. Como é sabido tem uma força cada vez maior, por forma a que possamos trazer cada vez mais gente externa a Famalicão, para que tenhamos os ganhos por via do turismo, porque é um ganho para todos nós”, afirmou Mário Passos, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.
Considerado como um “investimento importante”, está assim fechado o processo de restauro relativo ao complexo camiliano. “Agora podemos, por via disso, preocuparmo-nos com o âmbito programático, e desde logo a ação didático-pedagógica vai ser valorizada porque temos mais este espaço que vem contribuir em muito para que esta dimensão seja incrementada”.
No âmbito desta inauguração, Mário Passos reivindicou e relembrou a necessidade de haver mais investimento da tutela nos museus: “Convém sempre lembrar que é muito importante para estas Casas-Museu que tenham um programa de ação, para que possam ter a atratividade necessária. O conteúdo programático é muito importante para que as pessoas cá venham”.
A Diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro, garantiu que “há a intenção de voltar a conferir à Rede Portuguesa de Museus (que integra a Casa Museu de Camilo Castelo Branco) uma nova dinâmica”. Sublinhou também a importância de dinamizar este tipo de património, também com o intuito de o potenciar turisticamente.
“A presença de redes como é o caso desta, é uma das formas de se poderem estruturar rotas e percursos que permitam que de uma forma articulada estes núcleos possam ser visitados e a sua divulgação possa ser maior”, afirmou Laura Castro, acrescentando que a Direção Regional de Cultura do Norte tem estado a fazer um esforço para isso, dando o exemplo do projeto da Rota dos Escritores a Norte.
O turismo literário é uma “dimensão importante no Norte do País e estaremos atentos a futuros projetos que possam permitir esta articulação”, assegurou por fim.
José Manuel de Oliveira, Diretor da Casa-Museu de Camilo e do Centro de Estudos Camilianos, relembrou, historicamente, as várias fases de reabilitação pelas quais passou a residência de Camilo. Atualmente, está já concluído o restauro do edificado.
“Nós temos, com a construção do Centro de Estudos Camilianos, a reabilitação do Centro Histórico do Seide muito próximo do que era no tempo de Camilo”. Apesar da paisagem envolvente ser diferente, considerou que “os portugueses podem estar contentes porque é devolvida à cultura portuguesa o seu altar mais simbólico”.
O responsável realçou que a recuperação da Casa dos Caseiros com as suas novas valências, vai potenciar as atividades didáticas e pedagógicas. Seja com o conjunto de atelier’s sobre a vida e obra do escritor, ou através da gastronomia camiliana.
“Pode passar pelo serviço de refeições de menu camiliano, como também a feitura de compotas e de licores. Vai permitir um conjunto de atividades que vão puxar as pessoas para este espaço”, rematou o diretor da Casa de Camilo.
Relativamente à Rota Camiliana que está em desenvolvimento, o Presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Mário Passos, avançou que será um percurso que pretende ligar os vários pontos por onde Camilo passava na sua rotina quotidiana, em várias freguesias: “É uma rota interna no concelho, que vem sinalizar todos os locais onde Camilo, no âmbito da sua rotina, frequentava. Depois temos, noutros concelhos, pontos de ligação, fazendo referência a eles para que as pessoas saibam que Camilo percorria também outros locais que é importante lembrar”.
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