Ministra da Saúde salienta que devem ser vacinadas as pessoas elegíveis.
Em entrevista à Rádio Renascença, que é emitida a partir das 23h desta quinta-feira, Marta Temido sublinha que Portugal comprou dois milhões e 70 mil doses de vacinas contra a gripe. Comparando com os valores de países com a população semelhante, Portugal comprou mais. A República Checa comprou 800 mil vacinas, com uma população semelhante à nossa, 10 milhões e 600 mil indivíduos. A Suécia comprou um milhão e 400 mil, com uma população semelhante à nossa, 10 milhões e 200 mil.
“Tem-se dito muito que o país falhou na vacinação contra a gripe sazonal e que isso é o prenúncio de que as coisas tenderão a não correr bem, quando for a vacina contra a covid-19”, acrescentando que “já vacinámos cerca de um milhão e 500 mil pessoas e que estamos ainda com cerca de 300 mil doses em stock e a receber esta semana mais 200 mil”.
Até ao final da primeira semana de dezembro o programa estará completo, garantiu a Ministra da Saúde. “Nós tivemos este ano uma adesão à vacinação da gripe sazonal que não é típica, até entre grupos que sempre tentámos vacinar e que aderiam menos, designadamente os profissionais de saúde”.
Quando confrontada com a questão de que várias pessoas tentam vacinar-se e não conseguem, Marta Temido diz que as vacinas estão a ser distribuídas e há pessoas que até ao final do período poderão ainda fazer a sua vacinação, sendo importante esperar até ao final do ano para se poder fazer uma avaliação.
Vacinas contra a Covid-19
Marta Temido garantiu ter já uma equipa responsável para a elaboração do plano de vacinação contra a Covid-19. “Temos uma task force, uma equipa que tem como missão a entrega de um plano para a vacinação contra a covid-19 em Portugal e que vai reunir-se. Temos neste momento a produzir trabalhos para integrar esse plano a DGS, com a componente estratégia vacinal, ou seja, populações alvo, grupos prioritários, condições de administração. Gostava de sublinhar que as vacinas que vamos ter provavelmente são distintas, têm populações alvo distintas e isso tem de ser considerado”.
A governante sublinha, também, que cada uma das vacinas terá condições logísticas diferentes e a própria forma de chegada ao país será provavelmente diferente.
“Algumas delas serão apenas entregues num ponto único, outras em vários pontos do país. Temos de as fazer chegar às regiões autónomas da Madeira e dos Açores e portanto daí a necessidade de incluir nesta comissão o know-how, as competências do MAI [Ministério da Administração Interna], da Proteção Civil e do Ministério da Defesa Nacional. E depois temos uma componente de registo da administração das vacinas e também de eventuais reações adversas — essa componente da segurança é muito importante — e temos uma componente de comunicação. O que esta comissão vai fazer é entregar [os documentos com] os consensos que resultam destas quatro linhas de informação técnica: estratégia, logística, administração e registos informáticos e também comunicação”.
Comentários sobre o post