A Fundação Castro Alves, em Bairro, recebeu na tarde do passado sábado, dia 2, a apresentação do novo livro de Jorge Cristino, intitulado “A Missão das Cidades no Combate às Alterações Climáticas”. A afluência do público demonstrou que, também, a comunidade reconhece a importância da temática deste livro.
O debate e troca de ideias, ao longo das apresentações, foi-se debruçando sobre temas, cada vez mais atuais. Nomeadamente, a sustentabilidade ambiental, a economia circular e a cooperação entre agentes para que as mudanças comecem, precisamente, nas cidades.
Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara, apresentou a obra, numa sessão que contou também com Eduardo Rêgo, do Loving the Planet, Augusto Lima, vereador da Câmara Municipal e Bruno Pereira, presidente da Fundação.
O autor Jorge Cristino, começou por demonstrar a sua satisfação por voltar ao município famalicense: “Estamos numa terra de boa gente, e sinto-me em casa porque as minhas raízes são aqui. Famalicão traz-me sempre essa boa memória de família”.
Sobre a sua mais recente obra, o escritor argumentou que, face aos problemas detetados maioritariamente nas cidades, é também nestes locais que a mudança deve ser priorizada. “É nas cidades que existe uma maior vulnerabilidade, desigualdades, e uma maior pegada do ser humano no planeta. Há uma maior quantidade de emissões de gases de efeito de estufa, é onde estão as empresas e onde vivem as pessoas, por isso é aqui que deve essencialmente existir a transformação”, frisou.
É também nos locaias urbanos que existe um “maior potencial para essa transformação”, desde logo através da educação, de todas as gerações. “Tem de haver uma sensibilização para a mudança, em cada comportamento pessoal, mas também em cada decisão de quem tem responsabilidades, ao nível autárquico e nas empresas”, pormenorizou.
O alerta é necessário, visto que o planeta está a eclodir numa situação cada vez mais preocupante, tal como foi partilhado pelo painel. No entanto, é necessário manter o espírito positivo para operar a mudança: “Os cenários não são bons e não têm melhorado. Mas de qualquer das formas, temos que ter a consciência de que é possível melhorar, é possível alterar o modelo económico em que temos assente as nossas sociedades”, portanto, a “mensagem tem de ser positiva, no sentido em que possa continuar a existir esperança, a manter a humanidade no planeta, e consigamos continuar a ter o que queremos com conforto, qualidade de vida e felicidade das pessoas”. Para que tal aconteça, as mudanças devem assentar na cooperação entre organizações, empresas, Câmaras, Governos e países.
Também Paulo Cunha assinalou que as cidades “têm um contexto de oportunidade grande, para darem contributos, para que o fenómeno das alterações climáticas possa ser mitigado”.
Referindo um conceito muito abordado, a mudança multinível, avaliou: “Acho que faz sentido, como o autor preconiza, que os vários níveis da governação tenham entendimentos estratégicos, e assumam missões em relação a algumas áreas. E o clima, é claramente uma dessas missões, que reclama um contributo concertado, entre as várias áreas da governação”.
A Fundação Castro Alves, que recebeu a apresentação do livro, pretende continuar a linha de promoção literária, tal como avançou o Presidente Bruno Silva. “Enquanto entidade promotora da cultura no concelho, a Fundação tem a particularidade de querer trazer conhecimento para as comunidades, e para a sociedade. Nada melhor que o livro como veículo de transferência de conhecimento para a comunidade”, reforçou.
O dirigente referiu ainda que é necessário adotar políticas que vão de encontro às metas a atingir: “A questão das alterações climáticas, o aumento da população, a segurança alimentar, têm impacto na nossa sociedade”, e, portanto, é “cada vez é mais importante que as sociedades escolham soluções mais eficientes, que promovam uma transição de uma economia linear para circular, onde exista uma neutralidade carbónica”.
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