Levar os idosos a Fátima, mais do que um gesto…
Levar os idosos a Fátima, os do Concelho de Famalicão, representa mais do que gesto de generosidade, de amizade e de partilha.
É um gesto e uma palavra de gratidão aos que, durante os últimos 50 anos, mais ou menos, labutaram em diversos sectores, assumiram os papéis de pais e de mães, de filhos, de tios, de sobrinhos, de esposos e esposas, de sogros, de genros…uma função familiar e humana que os consagrou, elevando-os a um patamar de proximidade pessoal e, também, lhes possibilitou dar um contributo para a sociedade famalicense e a Portugal.
Os idosos do Concelho de Famalicão, todos os anos, já faz uns poucos, vão a Fátima. Uns em jeito de passeio, como romeiros que viajam para conhecer-visitar e, também, para acamaradar. Outros, como peregrinos, porque a Cova da Iria é um lugar que convida a orar, à Sra. de Fátima.
O Município, independentemente de uma ou de outra crítica à sua actuação no seio autárquico (é outra conversa), toma, e neste particular, assumindo a organização e as despesas de transporte/logística, uma atitude elevada e sublime, porque dedica tempo e olha para os idosos do Concelho.
Um passeio que se torna em convívio fraterno, em reunião amiga de cerca de 10 mil séniores gastos pelas agruras de uma vida e um momento de diálogos, com partilhas de vidas…
Trata-se de uma aposta – tem a sua moldura política, é certo (esqueço-a, em razão da atitude), mas as acções, na sua esmagadora maioria, passam por esse enclave que toma, hoje, uma dimensão demasiado persistente porque colhe frutos (votos) – que merece um elogio. Um elogio que não pretende transportar, de forma popular, uma saudação para ser agradável e receber louros. Tanto, apenas e bastante pelo que, como já o reflecti, representa e traduz numa sociedade fria, distante, enclausurada nas novas tecnologias, perdida nas miudezas da vida, num tempo sem rostos, numa época despida de afectos e de amores pelos que muitos, em entrega, deixaram como testemunho; pelos que nos fizeram crescer e nos educaram, no labor de um dia-a-dia mais esfalfado do que o é o presente.
Diz o povo e bem: “as atitudes ficam com quem as pratica”. Tenhamos a lucidez para saudar quantos, no Município, estão por detrás desta “aventura”, iniciativa que acaba por ser um golpe de ar fresco aos nossos mais velhos que, as mais das vezes, se sentem sozinhos, arredados de ombros que os possam acolher, além de sentenciados aos silêncios e aos isolamentos.
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