Vivem-se Momentos Estranhos
Após a revolução, na madrugada de 25 de Abril de 1974, já lá vão 49 anos, os portugueses ansiavam a tão desejada liberdade.
Viveram-se, na altura, momentos de festa. Portugal tinha aí uma oportunidade de iniciar um caminho para a prosperidade.
Se olharmos para trás, de tantos projetos delineados, após a revolução de abril, qualquer cidadão e cidadã, ficará com a sensação que tudo não passou de um sonho.
Temos assistido a um Estado que nos coloca dúvidas, quanto à sua firmeza na governação de um país, que possa oferecer a cada um dos seus cidadãos e cidadãs, oportunidades e proteção – como contempla e prevê a Constituição Portuguesa.
Cada ano que passa, sentimos que a tão desejada Liberdade e Democracia se torna mais frágil.
Os portugueses tiveram a oportunidade de assistir à figura (triste) que as mais altas personagens do Estado Português, fizeram, numa Sala do edifício da Assembleia da República, numa conversa, que mais parecia: o Café da esquina ou a sala de casa, num dia de convívio. Tinham terminado uma sessão Solene, numa data importante, para o seu país e para os portugueses – A celebração dos 49 anos do 25 de Abril.
Ainda se falava desse episódio, já a comunicação social colocava nos destaques informativos “a novela” do Ministério das Infra Estruturas. A demissão do assessor de comunicação, após virem a público rumores que as perguntas e respostas à comissão de inquérito, no caso TAP, foi tudo combinado.
Que trapalhada, aquela que assistimos dos nossos governantes.
Se gerir uma casa de família é, de uma grande responsabilidade, maior é gerir um país. Não com os exemplos que temos assistido.
As mais altas instâncias da Nação devem dar o exemplo. Assim deveria ser!
Que exemplo temos tido, por parte dos nossos governantes?
São muitos os escândalos a que assistimos todos os dias. Destituições de cargos públicos que terminam em indeminizações avultadas – o caso da demissão da CEO da TAP.
Pagamento de dezenas de milhões de euros, por mês, a uma empresa, no Norte do País, a EFACEC, só para manter uma empresa, dizem os senhores governantes “porque tem nome na praça” – e os portugueses asseguram a desgraça.
Se nos viramos para a inflação, este é outro problema que os governantes continuam a ‘assobiar para o lado’. Os grandes retalhistas continuam a ganhar dinheiro, apesar de ter sido retirado o Imposto Sobre o Valor Acrescentado – I.V.A. – Impacto de redução e ajuda às famílias, nenhum, até agora.
Há muitas dúvidas!
São muitas as incertezas!
Estes dias um amigo meu e, também, ele Jornalista, foi a Lisboa, no regresso, pelas 20h00, contava-me enternecido com o que viu: “àquela hora as estações estavam cheias de pessoas, que se preparavam para pernoitar ali, ainda cedo, muita gente”.
A pobreza instala-se!
Espero que com este tipo de atitudes governativas; descrença na justiça; dificuldades a agravarem a vida dos portugueses; não leve a que a nossa democracia tenha os dias contados.
Com 49 anos, a tal democracia deveria sentir-se madura e experiente, para se puder defender das adversidades, que despontem a qualquer momento.
Lamento dizê-lo, mas penso que não estará preparada!
Termino com uma frase de Ramalho Eanes, figura que a maioria dos portugueses conhece: “Abril ofereceu as liberdades, mas esqueceu-se de criar cidadãos”.
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