BCP cria equipa para contactar clientes e Caixa pretende ajustar-se às necessidades dos clientes.
Tendo em vista o fim das moratórias e as suas consequências, segundo o jornal ECO, o BCP criou uma equipa para contactar os clientes e tornou possível reestruturar o crédito através do telemóvel recorrendo apenas à aplicação online. De acordo com a mesma fonte, o BCP adiantou que “está em contacto permanente com os seus clientes desde o início julho, antes de o Governo anunciar a medida”. Com esta equipa, o banco tem monitorizado “a sua carteira de clientes com moratória para identificar aqueles que apresentam indícios de dificuldades financeiras”. A instituição revelou inclusive que “já há clientes a aderir às soluções propostas”.
Já a Caixa Geral de Depósitos tem soluções à medida dos clientes e pretende disponibilizar o maior número de “fatos à medida” para ir ao encontro das necessidades e da realidade de cada família e empresa. “Estamos a trabalhar, já há meses, com todos e cada um de modo a aligeirar, dentro do possível, o impacto do retorno às prestações pré-pandemia, depois de largos meses em que usufruíram da moratória”, afirma fonte oficial do banco público.
O BPI também afirma que “tem estado a acompanhar estes clientes desde o primeiro momento, com toda atenção, caso a caso, porque cada situação tem circunstâncias diferentes”.
O Novo Banco diz ter uma “equipa multidisciplinar no acompanhamento deste processo”, tendo já “identificado o grupo de clientes que poderá necessitar de apoio na saída de moratória”.
Também no banco Santander Totta se reforçaram as equipas de apoio ao cliente e também os trabalhadores receberam formação específica. “Foi feito investimento importante na transformação digital dos processos associados à prevenção do incumprimento”, indica o banco de Pedro Castro e Almeida.
O jornal ECO aponta também que relativamente às soluções que os bancos apresentam para o futuro, tanto BCP como BPI sublinham que “a maioria dos casos de moratória não requer atenção especial após o fim das moratórias, e estão em condições de retomarem as prestações”.
No entanto, para os clientes que já sabem que não vão ser capaz de voltar a pagar ao banco existem um conjunto de soluções que podem vir a prevenir o incumprimento do pagamento. Segundo o jornal Eco, poderá ser, por exemplo, “alterar o prazo do empréstimo, o que poderá traduzir-se numa mensalidade mais baixa e comportável para as famílias. Também pode ser acordado um período de fixação da prestação mais reduzido, através da carência de capital parcial e pagamento integral dos juros. Noutras situações, a solução poderá passar pela carência de 100% de capital”.
No caso de existir mais do que um empréstimo, “o caminho poderá passar pela consolidação dos créditos num único, passando a pagar uma prestação mais reduzida do que o somatório das prestações dos créditos atuais do cliente”.
De relembrar que segundo os dados avançados pelo Banco de Portugal, havia no final de julho 36,8 mil milhões de euros em empréstimos abrangidos por moratórias, menos 700 milhões do que em junho.
Segundo o jornal Eco, relembrando que “para as empresas dos setores mais afetados o Executivo já anunciou que irá ajudar com garantias públicas nos processos de reestruturação, direcionando ao mesmo tempo milhões do Plano de Recuperação e Resiliência para as capitalizar, em relação às famílias, foi reforçado o quadro legal que obriga os bancos a disponibilizarem soluções aos clientes com dificuldades a fim de evitar situações de incumprimento – o PARI”. Neste âmbito, as instituições financeiras têm de identificar estes clientes com uma antecedência de 30 dias em relação ao fim da respetiva moratória e deverá propor uma solução em 15 dias.
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